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São Silvestre chega à 95ª edição
reunindo histórias e metas

Corredores do Grande ABC recordam passagens ou projetam primeira participação

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
30/12/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A mais charmosa e tradicional prova do pedestrianismo brasileiro, a São Silvestre chega amanhã à sua 95ª edição. Serão 35 mil pessoas de todos os cantos do mundo tentando superar os 15 quilômetros do percurso que começa e termina na Avenida Paulista, passando por diversos pontos históricos da Capital. E com tantos atrativos, muitas pessoas a colocam como objetivo ou desafiam as descidas e subidas como mostra de resistência e sucesso. Outras, com tanta vontade de fazer parte da festa, acabam entrando em enrascadas. Estes são os casos de alguns dos personagens do Grande ABC, que a partir das 8h05 partirão em meio à multidão.

Corredora há dois anos, Ana Paula Santos Nascimento, 37 anos, esteve na São Silvestre pela primeira vez na edição do ano passado. E quando sua mãe, Maria de Lourdes, 63, viu a filha na linha de chegada, decidiu: também participaria da prova. “Ela viu pessoas de diferentes perfis e idades e perguntou se qualquer pessoa poderia participar”, relembra Ana. “Daí ela determinou que iria participar neste ano. Meu pai (Manoel do Carmo, 63) no começo não achou legal, mas entrou no Clube da Corrida do Sesc Santo André e pegou gosto.”

Assim, a família correrá junto amanhã. “É bem emocionante correr ao lado deles. Eles estão super empolgados. Foram em corridas pequenas e não têm dimensão do que é a Paulista. Será legal ir com eles. É uma prova que só participando você entende como é diferente”, define Ana.

Já para Raphael Pinheiro Costa e Silva, 33, a prova é sinônimo de superação. Sedentário e recém-separado, participou de sua primeira corrida em outubro de 2017. Em abril de 2018, perdeu o pai, também sedentário. Naquela oportunidade, Raphael pesava 114 quilos, estava com taxas de colesterol e glicose altas e disse ter tido um “choque de realidade”. “Decidi levar a sério devido ao baque da morte do meu pai. Comecei a pegar firme na corrida, musculação e natação. Emagreci entre 23 e 25 quilos. Baixei todas as minhas taxas. Me apaixonei pelas corridas, neste ano entrei na consultoria e vou fazer minha primeira São Silvestre.”

O casal Armando Novelli, 53, e Ilza Eli Olavio, 52, parte para a sexta edição de participação, mas numa delas em especial tem lembranças tensas. “Em 2011, a prova foi à tarde. Estávamos em Santos para passar o Réveillon, amanheceu chovendo, mas decidi subir mesmo assim para correr. De moto. Deu a largada às 15h e com 30 minutos de prova despencou a tempestade, torrencial, a ponto de completar a prova com 20 centímetros de água. Foi legal. Mas tinha que voltar para Santos e a chuva não parava. Saí de São Paulo era mais de 22h e só cheguei porque estava de moto, faltavam dez minutos para a meia-noite. Ela estava lá, toda de branco, me esperando”, recorda Armando. “Hoje dou risada, mas a angústia foi grande”, lembra Ilza. “A São Silvestre é histórica. Quem gosta de correr tem que ter no currículo. Participar dela dá a sensação de encerrar o ano com chave de ouro”, conclui ela.




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