Política Titulo São Bernardo
Em S.Bernardo, ex-líder do PSL contesta destituição

Resende Filho recorre à Justiça para retomar função de presidente do diretório; liminar já foi indeferida

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
26/09/2019 | 06:42
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André Henriques/DGABC/20/1/17


Destituído do cargo de presidente do PSL de São Bernardo após intervenção do diretório estadual no mês passado, Walter Resende Filho tenta anular na Justiça atuação da executiva e retornar ao posto.

O processo tramita na 6ª Vara Cível de São Bernardo. Resende Filho alega que seu desligamento da direção da agremiação ocorreu de forma arbitrária e que o cargo de presidente da sigla tem dois anos de vigência, que podem ser prorrogados por mais dois anos.

A juíza Fernanda Yamakado Nara, no entanto, indeferiu a liminar solicitada por Resende Filho, com justificativa que o mandato de integrantes do diretório pode ser encerrado antes do prazo previsto. Para isso, a magistrada utilizou o artigo 55 do próprio estatuto do PSL, que prevê que “o mandato dos representantes do diretório só se considera extinto com seu término, com a posse de seus substitutos eleitos em convenção ou quando houver dissolução ou destituição”.

O diretório do PSL em São Bernardo foi destituído pela primeira vez em 5 de agosto, no mesmo dia em que o Diário mostrou que Walter Resende Filho é um dos investigados pelo Ministério Público estadual por suspeita de prática de “pedágio” no gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL), que tem domicílio eleitoral em São Bernardo e também é alvo de apuração. Resende Filho atua como chefe de gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa. Ele nega as acusações.

No dia 13 de agosto, o diretório municipal voltou a ser destituído pela direção estadual do PSL no mesmo dia em que comissão provisória foi tornada pública pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Comissões provisórias temporárias têm menos força que órgãos definitivos. À época, a comissão foi formada pelos mesmos integrantes destituídos, tendo Resende Filho como presidente.

Ao Diário, o ex-dirigente confirmou que ajuizou a ação contestando a decisão do diretório estadual por entender que a intervenção não foi correta. “A juíza indeferiu apenas a liminar, falta julgar o mérito da questão”, afirmou. “Se por um acaso o resultado não foi positivo, vou tentar recorrer. Eu creio que o diretório estadual não agiu de maneira correta nesta situação”, sustentou. Resende Filho, porém, não apontou o que o diretório estadual teria feito de errado ao intervir no PSL de São Bernardo.

Para o atual presidente da sigla na cidade, Paulo Eduardo Lopes, conhecido como Paulo Chuchu, somente pelo fato de o ex-presidente querer retornar ao cargo por meio de manobra judicial já indicaria que Resende não teria apoio da executiva estadual. “Tivemos ciência de tal ação durante a semana. (Ele) Está em seu direito, mas acreditamos que o Judiciário manterá a decisão”, declarou.  




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