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EUA discutem a violência infantil pela Internet
Por

Christiane Fenyö
Do Diário OnLine

22/04/1999 | 12:00
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A crueldade de dois estudantes de 17 e 18 anos que na última terça-feira invadiram o Colégio Columbine, em Denver, nos Estados Unidos, atirando contra seus colegas, chocou o mundo. A matança, a pior já registrada em uma escola norte-americana, terminou com um saldo trágico: 15 mortos, entre eles os dois assassinos, e 23 feridos, cinco deles em estado crítico. Segundo alguns colegas, os dois adolescentes faziam parte de um grupo neo-nazista denominado "máfia da capa preta" e haviam prometido uma celebraçao diferente para o aniversário de seu ídolo, Adolf Hilter.

Mas esta nao é a primeira vez que um crime em uma escola norte-americana choca o mundo. Em 1998, outros dois assassinatos cometidos por adolescentes ganharam notoriedade. No primeiro, no dia 21 de maio, Kipland Kinkel, um adolescente de 15 anos, invadiu sua escola portando três armas e disparando aleatoriamente. Os 51 tiros deixaram um saldo de dois mortos e 21 feridos. No mesmo dia, a polícia descobriria que, antes de invadir a escola, o adolescente havia matado seus pais.

O segundo aconteceu no dia 24 de maio. Dois garotos de 12 e 13 anos invadiram a escola onde estudavam, em Jonesboro, no Arkansas, atirando contra seus colegas. Quatro garotas e uma professora foram mortas.

Tantos crimes aparentemente sem motivos, fizeram com que a violência nas escolas se tornassem um objeto de estudo nos Estados Unidos e ganhasse espaço na Internet.

O Why Files, por exemplo, é um site inteiramente dedicado ao assunto. Ele conta com um estudo de Patrick Nachur, do Centro Nacional de Prevençao e Controle da Violência, onde está a informaçao de que 105 pessoas - 76 delas estudantes - foram mortas em escolas ou a caminho delas em dois anos.

O site apresenta estudos sobre os motivos que levam adolescentes a matar seus colegas e traça um perfil destes assassinos. Há sugestoes de como aumentar a segurança nas escolas - a principal delas é fazer com que os pais dediquem mais tempo a seus filhos e observem melhor seu comportamento e atitudes - e de alteraçoes nas armas de fogo para torná-las mais seguras e impedir que elas sejam manipuladas por crianças.

Já o National Center for Education Statistics, mostra dados sobre todos os tipos de crimes cometidos em escolas, inclusive assassinatos, estupros e suicídios. O site traça um perfil das escolas onde a criminalidade é maior e revela que 57% dos colégios norte-americanos registraram pelo menos uma ocorrência entre os anos de 1996 e 1997. Há ainda informaçoes sobre a atuaçao da polícia, açoes para combater a criminalidade, programas de prevençao da violência, etc.

A Violence Police Center, uma organizaçao sem fins lucrativos que luta para diminuir a violência, disponibilizou em seu site uma sessao especial sobre a matança no Colégio Columbine. Lá estao informaçoes que ajudam a entender como os dois adolescentes tiveram acesso a tantas armas, como por exemplo, a de que o estado de Columbia nao exige licença ou registro para o porte de armas, que nao há um período de espera para a obtençao de alguns tipos de armas de fogo e que nao há nenhuma restriçao etária para o porte de rifles e espingardas.

Há ainda estatísticas sobre a relaçao entre estudantes e armas de fogo no estado, como o número de crianças expulsas de escolas por estarem portando armas e o de garotos   assassinados.

Mas se o que você quer é mesmo entrar em contato com as vítimas do Colégio Columine para prestar solidariedade, basta acessar a página da escola e enviar sua mensagem.




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