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Região vira alvo de quadrilhas com foco em roubo e furto de veículos

Em 2018, Sto.André, Diadema e Mauá tiveram mais ocorrências do tipo do que a Capital

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
06/02/2019 | 07:00
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Celso Luiz


 Levantamento elaborado pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo aponta que três municípios do Grande ABC superaram a quantidade de furtos e roubos de veículos registrados pela Capital em 2018. Os dados, que levam em consideração o volume de casos a cada 100 mil habitantes, mostram que as cidades de Santo André, Diadema e Mauá atingiram, no ano passado, patamar até 71% maior do que o índice de ocorrências lavradas em São Paulo.

Proporcionalmente à sua população, Santo André lidera o ranking de casos de furto e roubo de veículos na região. No ano passado, foram 969 ocorrências a cada 100 mil habitantes em seu território. Aparecem na sequência Diadema (777) e Mauá (727).

Juntas, as sete cidades da região tiveram, no ano passado, 19,5 mil casos de furto e roubo de veículos, segundo dados estatísticos divulgados pelo governo estadual. A média é de 53 ocorrência por dia, ou duas por hora.

Para especialistas, tal cenário, indica que o Grande ABC tem se transformado em alvo recorrente para quadrilhas especializadas em roubo e furto de veículos devido a sua proximidade com áreas periféricas de São Paulo e o fácil acesso a rodovias que cortam o Estado.

“Com o aumento da fiscalização na Capital, municípios vizinhos têm sido uma alternativa em virtude da sua alta taxa populacional e também facilidade de locomoção, como é o caso do Grande ABC”, analisa Newton Cardoso, especialista em segurança pública da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A ausência de ferramentas para monitoramento na região, segundo David Siena, coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), tem sido fator determinante para o boom de casos na região. Um dos exemplos citados pelo estudioso é a ausência de sistemas como o Detecta, que permite fazer a leitura de placas e – por meio de um amplo banco de dados – identificar veículos roubados. “Em São Paulo, por exemplo, o Detecta é uma ferramenta já utilizada pela polícia em todo o território, o que praticamente não ocorreu no Grande ABC”, afirma.

Lançado há quatro anos, o sistema está presente em apenas quatro das sete cidades: Santo André, São Caetano, Diadema e Mauá. Não há prazos para a expansão do serviço na região.

Embora reconheça a necessidade de ampliação do Detecta, o delegado seccional de São Bernardo (que inclui São Caetano), Ronaldo Tossunian, ressalta, também, a importância de outras ações. “Uma das questões que a gente quer atacar são os desmanches. Sem eles, você não tem o furtador ou o roubador subtraindo o bem e levando aos desmanches ilegais.”

 

SSP diz que região teve queda nos crimes; prefeituras destacam ações

Por meio de nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que tem intensificado o combate aos crimes contra o patrimônio por meio das operações São Paulo Mais Seguro e Rodovia Mais Segura. As atividades conjuntas entre as polícias Civil e Militar auxiliaram na queda de 18% dos roubos de veículos nas cidades que compõem o Grande ABC no ano passado, na comparação com o ano de 2017.

Municípios da região também destacaram empenho em ações de segurança. Santo André e São Bernardo dizem realizar fiscalização, por meio de rondas e operações integradas com as forças policiais e a atuação das guardas municipais.

Em Diadema, a Prefeitura diz que a GCM (Guarda Civil Municipal) fez mais de 65 mil rondas na cidade no ano passado, além de ações de policiamento preventivo. Mauá afirma que o protagonismo de ações de combate ao crime é feito pelas polícias estaduais, ou seja, Polícia Militar e Polícia Civil.

Ribeirão Pires diz que atua no fortalecimento das ações integradas entre GCM e polícias Civil e Militar. São Caetano e Rio Grande da Serra não retornaram aos contatos até o fechamento desta edição.

 




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