Diarinho Titulo Tira-dúvidas
Caldo de cana é suco de fruta?

‘Garapa’ costuma ser encontrada em feiras livres, comércios de alimentos e entradas de parques

Luís Felipe Soares
03/02/2019 | 07:15
Compartilhar notícia


O caldo não pode ser considerado suco de fruta, uma vez que a cana-de-açúcar, responsável por originar o item, é uma gramínea, planta de folhas longas e estreitas, como a de trigo e milho, por exemplo. As pessoas consomem o líquido a partir do processo físico de separação das fibras realizado por diversas vezes com a ajuda de máquina conhecida como moenda, com a venda do produto, também chamado ‘garapa’, ocorrendo, de maneira mais popular, em feiras livres, comércios de alimentos e na entrada de parques.

O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, a utilizando, principalmente, para a produção de açúcar e etanol (o ‘álcool’ que serve de combustível para carros e que é vendido em postos de combustíveis). A planta é originária do Sudoeste da Ásia e chegou ao País no período colonial, por volta do ano de 1530, pelo militar português Martim Afonso de Sousa. Ela também serve para alimentação animal, como a de bois e vacas, e para o preparo de cachaça, bebida alcoólica adulta nacional.

O colmo (tipo de caule) da cana-de-açúcar é formado por cerca de 92% de caldo e 8% restante de fibra. A poderosa moenda ‘espreme’ ao máximo os pedaços colocados na máquina, com o caldo sendo consumido puro ou em mistura com ingredientes, casos de suco de limão e abacaxi. Recomenda-se que a cana seja moída para esse consumo, no máximo, 72 horas após o corte na plantação. O período que vem depois pode gerar infestação de fungos e bactérias capazes de iniciar complicações de saúde nas pessoas, a exemplos de vômitos, dores de cabeça, febre e diarreia. Os fãs do produtuo devem ficar atentos à higiene do local e dos equipamentos usados na preparação do líquido.

Após passarem pela moenda, os ‘bagaços’ podem ganhar sobrevida de diferentes formas. É comum encontrá-los na geração de fertilizante orgânico (material natural usado para enriquecer a terra de plantio) e na produção de papel artesanal.

Consultoria de Flávio Gabriel Bianchini, engenheiro agrônomo e professor adjunto de horticultura do curso de engenharia agronômica do campus Lagoa do Sino da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), da cidade de Buri, em São Paulo.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;