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Polêmica sobre 'A Paixão de Cristo' atrai público
Por Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
21/03/2004 | 18:35
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A polêmica entre cristãos e judeus alimenta o público que tem ido ao cinema assistir a A Paixão de Cristo, longa-metragem de Mel Gibson estrelado por Jim Caviezel. O filme retrata as últimas horas e o sofrimento de Jesus – a flagelação, a crucificação.

O advogado Joamir Guarezi e a enfermeira Daniela Guarezi confessam que foram neste domingo ao ABC Plaza, em Santo André, motivados pela controvérsia. “Quisemos ver o porquê da polêmica e as cenas fortes, de sofrimento excessivo”, disse o advogado. O casal mora em São Bernardo e freqüenta a igreja batista “esporadicamente”.

A cabeleireira Rosana Garófalo, de Santo André, revelou antes da sessão das 14h que aguardava “a verdade, o que está na bíblia bem explicadinho”. “Sou muito católica”, afirmou. O vendedor Gustavo Xavier acompanhava Rosana e a estudante Rejany, filha dela, e esperava que o filme mostrasse “o sofrimento de forma crua, sem amenizar”.

O também católico Xavier não quis arriscar uma opinião sobre a acusação de anti-semitismo que A Paixão de Cristo tem recebido sem antes assistir ao longa-metragem. “Depende da perspectiva com que os judeus podem olhar a questão. Foi uma facção de judeus que levou Jesus à crucificação. Os judeus, como todos, têm de entender que um fato histórico não pode ser mascarado, independentemente do quanto isso possa incomodar”, disse.

Afirmou, ainda, que esperava “não haver no filme um sentido de rivalidade, mas que ele mostre o nascimento de uma religião”: “Os dois lados têm perspectivas diferentes. Estamos valorizando a nossa. O importante é haver um diálogo, ainda que com certas tensões”.

Católicos, os aposentados Mário e Irani Zuchna, de Santo André, viram A Paixão de Cristo na sessão das 11h. “Gostei, mas é um filme triste e violento”, disse Irani. “Já tinham me falado sobre a violência da flagelação, portanto fui preparado. As cenas que mostram a crueldade que Cristo, um grande baluarte que pregou a fé, a caridade e a paz, sofreu chocam e podem marcar as pessoas que vão ao cinema”, afirmou ele.

O sociólogo Vilson da Costa e a funcionária pública Fátima Carvalho, de Santo André, aguardavam a sessão das 14h com muita expectativa. “Ouvi comentários sobre a fúria dos judeus e quis conferir a causa dessa reação, se de fato A Paixão de Cristo levanta a questão anti-semita”, disse o sociólogo. Ele é católico e ela não tem religião, mas não se declara atéia.




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