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Família é resgatada de mata com auxílio de aplicativo

Grupo de oito pessoas se perdeu na Estrada da Chiboca, em São Bernardo, enquanto seguia viagem para o Litoral paulista

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
11/02/2018 | 07:00
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Divulgação/PM


 A tecnologia foi, ao mesmo tempo, problema e salvação para a família da analista financeira Fabiana Aparecida Cavalcante Martins, 29 anos. Erro do GPS (sigla em inglês para sistema de posicionamento global) fez com que a moradora de Taboão da Serra, Zona Sul de São Paulo, ficasse perdida em meio à Mata Atlântica, nas proximidades da Estrada da Chiboca, em São Bernardo, enquanto seguia viagem para a Praia Grande, no Litoral paulista, na madrugada de ontem. Após o veículo da família ficar atolado no barro, foi a vez do sistema de localização do aplicativo WhatsApp entrar em cena para ajudar a Polícia Militar a realizar o resgate do grupo.

Fabiana revela que, em dois veículos, estavam distribuídas oito pessoas – entre elas uma mulher com cinco meses de gestação e duas crianças, com 4 e 10 anos de idade. “Pegamos o Rodoanel, mas perdemos a saída para a (Rodovia dos) Imigrantes. Coloquei o endereço da casa na praia no Google Maps e seguimos o GPS”, conta. “Achei que íamos pegar a Anchieta, mas o GPS jogou para outro caminho. Pensei que era para sair do trânsito”, destaca.

Foi por volta da 1h que a viagem ficou tensa. Os carros seguiam pela Estrada do Mar, até que a ferramenta de localização orientou que os motoristas entrassem em estrada desconhecida. “Era uma estrada de terra de uns quatro quilômetros. Quando chegou ao fim dela, o GPS perdeu a localização e um carro atolou”, lembra Fabiana.

A família ainda tentou desatolar o veículo, improvisando corda feita com lençóis e empurrando o carro com madeiras encontradas no local, mas nenhuma tentativa teve êxito. “A bateria do carro acabou e, depois de todas as tentativas, vi que não tinha mais jeito”, observa a analista financeira.

Em meio à mata e sem ter como deixar a área, o desespero deu lugar à ideia de utilizar o celular e chamar a polícia. “Me transferiram para o Corpo de Bombeiros e disseram que retornariam. Passaram-se dez minutos e liguei novamente. Pediram para aguardar e, em menos de um minuto, policial me ligou.”

Pelo WhatsApp, Fabiana enviou a localização do grupo. Apesar das dificuldades de acesso ao local, os policiais do 40º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana chegaram, segundo Fabiana, em menos de seis minutos. O resgate foi feito depois de quatro horas.

A viatura policial possuía tração traseira, fundamental para conseguir adentrar a área. “Estávamos em pânico. Os policiais falaram que, se seguíssemos em frente, daríamos na represa”, comenta Fabiana.

Na manhã de ontem, as mulheres do grupo seguiram para o Litoral por meio de aplicativo de transporte de passageiros, enquanto os homens resolviam a questão do automóvel que atolou. Foi necessária a contratação de guincho para remover o carro da lama. No início da tarde, tranquila após o susto, a família voltou a se reunir. Desta vez na praia. O plano, agora, é aproveitar o Carnaval. “Os policiais foram anjos de Deus. Não teríamos saído da mata sem a ajuda deles. As baterias dos celulares teriam acabado e ninguém descobriria que estávamos ali. Somos muito gratos”, ressalta Fabiana.




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