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Curvex corta cílios de adolescente
Por Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
14/02/2006 | 07:41
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Acostumada a usar modelador de cílios, Thais Tofaneli, 16 anos, de São Bernardo, nunca iria imaginar que justo esse produto pudesse prejudicá-la. Vaidosa, Thais usa modelador desde a época em que morou nos Estados Unidos. Quando voltou do exterior, há um ano, a adolescente trouxe dois modeladores, que quebraram. A tia, a publicitária Denise Tofaneli, 44 anos, resolveu então lhe dar outro de presente. No sábado, 4 de fevereiro, foram até o shopping Metrópole comprar o produto nas lojas Americanas.

Ao chegar na casa da tia e testar o produto: o susto. Thais gritava desesperada que havia cortado os cílios. “Fiquei arrasada, levei um susto”, lembra a garota. Prontamente mãe e tia procuraram a fabricante do produto e a loja. De origem chinesa, o modelador é distribuído no Brasil pela Belliz. Foi mais ou menos uma semana de negociação. A empresa ofereceu, primeiro, que Thais aplicasse cílios postiços num salão no bairro Itaim Bibi, em São Paulo, mas não deu transporte até lá, o que desagradou a mãe de Thais.

A segunda alternativa dada pela empresa foi aplicar os cílios em salão de confiança da família, que seria reembolsada após apresentar nota fiscal. “Só que eles só queriam ressarcir duas aplicações, e nós queríamos quantas fossem necessárias”, alega Denise.

A Belliz diz ter experiência no assunto, sendo necessário apenas uma aplicação. Informa também que não foi constatado defeito de fabricação em série e que solicitou o modelador de Thais para fazer análise, sem sucesso. Felipe Roque, analista de produto da Belliz, lembra que a embalagem é clara quanto à proibição do uso do modelador com pressão ou após aplicar maquiagem.

Questionada, Thais afirmou saber das instruções, mas disse que estava com um pouco de rímel. A tia recorda, porém, que sempre usa o produto com maquiagem e nunca teve problema. “O modelador é tão afiado que cortou meu cabelo”, diz a tia. A família de Thais planejam levar o produto para perícia.

Segundo Charles Moura Alves, assistente de direção do Procon de Santo André, produtos que oferecem risco à saúde, como remédios, levam a pessoa a posição de vulnerabilidade. “Por isso, o fabricante tem que deixar em destaque, de forma ostensiva, as instruções de uso”. Se confirmada relação entre o uso e prejuízo de Thais, a mesma pode pedir ressarcimento do produto por danos de natureza estética e moral.

As Lojas Americanas informaram que contataram o fornecedor e estão apurando com a cliente o que ocorreu. Disseram também que até que o problema seja esclarecido, a mercadoria será recolhida da área de vendas. De acordo com a dermatologista Lúcia Arruda, chefe do serviço de dermatologia da PUC de Campinas, os pêlos dos cílios demoram cerca de dois meses para crescer.




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