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Jd.Oratório comemora Segurança

Comunidade periférica de Mauá vive nova realidade, com menor número de ocorrências criminais

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
09/09/2017 | 07:00
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André Henriques


A rotina dos moradores e comerciantes do Jardim Oratório, em Mauá, limitada em razão do medo causado pela frequente criminalidade na área, mudou. Desde 11 de agosto, a localidade é palco da Operação Ocupação de Polícia Comunitária em Áreas Vulneráveis, da PM (Polícia Militar), com atuação constante de patrulhamento na comunidade.

“Durante 30 dias de operação, que se encerra no dia 11 (segunda-feira), à noite a gente intensifica o patrulhamento com as viaturas de Força Tática, quando são feitas abordagens, fiscalizações em bares e a transeuntes; e, durante o dia, a viatura do policiamento ostensivo é destacada da companhia só para fazer os setores que são da área de interesse de Segurança. (<CF51>Ao fim da operação) Continuamos a manutenção do policiamento, com uma viatura da companhia”, explica o tenente-coronel do 30º Batalhão da Polícia Militar de Mauá e idealizador da operação, Denilson Miotto.

Proprietário de uma quitanda, José Gomes, 45 anos, foi uma das pessoas que mudaram a rotina após a presença da PM. “Várias vezes já fui assaltado. Antes de eles fazerem essa ação aqui, aconteciam muitos roubos e agora não está tendo mais. Eu fechava meu comércio mais cedo, por volta de 18h30. Agora, fico até 20h30, 21h. É maravilhoso”, contou.

A também comerciante Josefa Ferreira, 54, saía com medo de casa e, para evitar que ladrões levassem seus pertences, caso fosse assaltada, deixa alguns deles em casa. “Nos pontos de ônibus, estavam roubando celular direto, eu já nem andava mais com o aparelho. A gente não podia mais ficar na calçada, conversando com os vizinhos, por medo”, recorda. “Agora está mais calmo. É bom que continue assim”, completou.

“A gente se sente mais segura vendo a polícia presente, pois sempre tem coisa errada por aí, não é?”, falou a dona de casa Elisabete Patriota da Silva, 74.

Na Rua Rio de Janeiro, onde ocorria um bloqueio policial quando a reportagem do Diário esteve no local, uma senhora que aguardava o coletivo no ponto de ônibus comentou, emocionada: “Aqui ninguém obedece ninguém e a gente fica com medo sempre. Agora estou feliz em ver a polícia aqui, que Deus os guarde e a todos nós.”

De acordo com o tenente-coronel Miotto, a iniciativa já conseguiu reduzir os índices criminais em 25%. “A gente conseguiu dar uma resposta e levar, de forma factível, a sensação de segurança para a população”, salienta.

O delito de homicídio era uma das questões mais alarmantes: nos anos 1990, de acordo com informações da polícia, matavam-se, em média, sete pessoas por fim de semana no bairro. Já em tempos recentes, o quadro era de uma morte a cada fim de semana, situação que chegou a zero, depois que a operação foi desenvolvida na localidade. A questão refletiu também nas outras modalidades criminosas. “Com policiamento, acaba diminuindo o tráfico de drogas, casos de veículo roubado, então, nossa presença tem uma série de outras decorrências”, ressalta o capitão Anderson Savedra da Silva.


Ainda em curso, ação já apresenta resultados


A Operação de Ocupação de Polícia Comunitária em Áreas Vulneráveis</CF>, no Jardim Oratório, se encerra na segunda-feira, mas já apresenta resultados positivos em relação à produtividade operacional. Até quinta-feira, a PM (Polícia Militar) realizou 716 abordagens a pessoas. Cinco foram presas por crime/contravenção e um menor, apreendido.

Ainda durante o período, a PM registrou uma ocorrência de flagrante por tráfico de drogas; três por roubo/receptação e uma por furto de veículo. Dois indivíduos procurados foram capturados.

Na ação, 335 veículos foram fiscalizados , sendo sete carros e 15 motos removidos. Autos de infração de trânsito contabilizaram 78 ocorrências.

A operação, que envolve de 25 a 37 policiais, ocorre em áreas de interesse de Segurança pública, ou seja, locais que têm mais problemas com os índices criminais. “Ela é dividida em fases, como reunião e estudo do local e na parte operacional, que abrange tanto a companhia da área escolhida quanto a companhia de Força Tática”, fala o tenente-coronel do 30º Batalhão da Polícia Militar, Denilson Miotto, que, além de Mauá, abrange ainda Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O próximo local que será contemplado com a operação está em estudo, que levará de 15 dias a um mês para ser definido.

AÇÃO SOCIAL

Para marcar o fim da operação no Jardim Oratório, será realizada a Jornada da Cidadania no dia 16, na EE Mahatma Ghandi. Em parceria com a Prefeitura, o evento acontecerá das 8h às 18h, com ações de lazer e prestação de serviços para a comunidade, que ainda estão sendo definidos.
 




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