Um paraplégico foi preso no fim da tarde de quinta-feira, no Centro de São Bernardo, acusado de tentar matar a ex-namorada. Na cintura de Edeilson Fernandes, 32 anos, os policiais encontraram a arma que havia sido utilizada no crime.

A pistola 765 estava carregada. O paraplégico não saía de casa sem a arma desde o último dia 14, quando atirou na ex, 13 anos mais nova do que ele. “Estava sendo ameaçado de morte e precisava me defender.” Foram quase três anos de relacionamento.

Os dois foram apresentados por uma amiga em comum. O namoro terminou há 8 meses, segundo Fernandes, porque a adolescente o abandonou para ficar com outro rapaz. “Ela me perseguia. Queria ficar comigo, mas sem namorar”, afirma o deficiente.

Justificativa - Fernandes afirma ter se sentido acuado pela ex-namorada. “Quando me via, ela batia em mim, me derrubava da cadeira. Eu não aguentava mais isso. Fui na favela (do Farina, em São Bernardo) e comprei uma arma”, diz.

A aquisição foi feita uma semana antes do crime. O paraplégico pagou R$ 650 pela pistola. No dia 14, Fernandes passou em frente ao salão de beleza da irmã da ex-namorada, no Bairro Boa Vista, em São Bernardo. Os dois se encontraram e começaram a discutir.

No bate-boca, o deficiente sacou a arma e atirou três vezes na garota. Apenas um projétil a atingiu. A bala ficou alojada em seu pescoço. Ele conseguiu fugir empurrando sua cadeira de rodas. Sumiu e só voltou a ser visto quinta-feira.

O paraplégico estava na rua Marechal Deodoro e seguia para um salão, onde cortaria os cabelos, quando foi reconhecido por um amigo da ex-namorada. O rapaz parou uma viatura com investigadores do 1º DP de São Bernardo, que prenderam Fernandes.

Ele não esboçou qualquer tipo de reação e confessou a tentativa de homicídio. Questionado se está arrependido do crime que cometeu, Fernandes é direto. “Estou arrependido por mim, pela minha situação, não por ela. Não aguentava mais aquilo.”