O rosto mais bonito da história continua sem corpo: exames de raio-x concluíram que a múmia encontrada no Vale do Rei não era da rainha Nefertiti.

"Não existe nenhuma prova que confirme que aquela múmia de mulher jovem entre 25 e 35 anos, encontrada na tumba KV35 do Vale do Rei, seja efetivamente a de Nefertiti", afirmou nesta terça-feira um comunicado à imprensa de Zahi Hawass, especialista em arquitetura egípcia. Em 2003, Hawass já questionara a identificação da rainha anunciada por um time de egiptólogos britânicos.

Ao lado de Nefertiti, permanece em mistério o destino de seu marido, o faraó "herético" Akhenaton, amaldiçoado pelos sucessores por ter substituído o culto da divindade Amon pelo de Aton (Sol). Os últimos exames da coluna vertebral da múmia KV55, no passado atribuída ao faraó, mostraram que qualquer conclusão sobre a identidade da múmia é prematura.

Desilusão também a respeito da rainha Tiyi, avó de Tutancamon. Radiografias mostraram que a múmia de uma senhora de meia idade, com cabelos ondulados, considerada Tiyi pelos egiptólogos, não era ela.

A rainha Nefertiti é conhecida pela imagem de seu busto, hoje no Museu Egípcio de Berlim, escultura bem conservada cujas linhas são consideradas um modelo de beleza universal.

A decisão de construir um busto da rainha e levá-lo para o sarcófago é considerada uma prova de amor entre Akhenaton e Nefertiti, já que tradicionalmente a múmia do faraó é acompanhada apenas por seus "defensores". Os sucessores de Akhenaton, entre eles Tutancamon, são filhos de uma outra mulher.