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Setor de aço brasileiro critica política dos EUA
Por Do Diário do Grande ABC
15/02/2000 | 15:19
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Os industriais brasileiros do setor de aço centraram suas críticas à política tarifária dos Estados Unidos, nesta terça-feira, coincidindo com a visita feita ao país por missao comercial norte-americana.

``Queremos chamar a atençao dos norte-americanos e mostrar a eles que somos tratados de forma discriminatória em comparaçao com outros países', denunciou o diretor de Comércio Exterior da Federaçao de Indústrias Paulistas (Fiesp), Maurice Costin.

A agenda de reunioes da missao inclui um encontro nesta terça-feira com a Fiesp, na qual, ``adiantamos, muitos industriais reclamarao contra as sobretaxas aplicadas aos produtos brasileiros competitivos', lamentou.

Costin criticou a decisao dos Estados Unidos de aplicar há apenas duas semanas ao Brasil as mesmas tarifas cobradas do Japao e da Rússia, para compensar o que os norte-americanos consideram práticas de dumping (venda abaixo do preço do mercado dos Estados Unidos), apesar de o aço brasileiro nao representar mais que 0,5% do total do mercado norte-americano, segundo Costin.

As declaraçoes do diretor de Comércio Exterior da Fiesp se somaram às do ministro brasileiro das Relaçoes Exteriores Luiz Felipe Lampreia que, depois de um encontro com o secretário de Comércio William Daley criticou duramente as barreiras tarifárias norte-americanas, que chamou de discriminatórias.

``Em 30 anos de carreira diplomática nunca vi discriminaçao tao flagrante no uso de práticas tao absurdas como nestes últimos dois anos', disse Lampreia.

O presidente Fernando Henrique Cardoso baixou o tom das críticas ao destacar depois de se reunir com Daley, a ``excelente fase' do intercâmbio comercial bilateral entre Brasil e Estados Unidos, em declaraçoes reproduzidas pelo porta-voz presidencial, George Lamazière.

Ao criticar o imposto fixado pelos Estados Unidos, Costin anunciou que os industriais do setor de aço já entraram em contacto com as empresas automobilísticas como General Motors, Ford e Chrysler, ``nossos grandes consumidores, para que façam pressao nos Estados Unidos'.

``O protecionismo, no caso específico do aço, no qual o Brasil tem uma posiçao clara e argumentos ponderáveis, continuará sendo um problema delicado nas relaçoes comerciais Brasil-EUA', destacou. A missao norte-americana está em Sao Paulo nesta terça-feira.

Vinte empresários de grandes indústrias norte-americanas (como AOL, Pfizer e Bell South) integram a missao chefiada pelo representante adjunto de Comércio dos EUA, Richard Fisher. O secretário de Comércio William Daley deixou o país na véspera convocado para uma reuniao com o presidente Bill Clinton sobre os ataques piratas à Internet.




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