Economia Titulo Crise
Crescimento do País é o
segundo pior desde 2004

Só 2009, ano pós-crise, teve desempenho pior do que 2011,
que teve avanço de apenas 2,6%, segundo Serasa Experian

Por Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
25/02/2012 | 07:00
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O crescimento da economia brasileira esfriou em 2011. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica, o avanço foi de apenas 2,6%. É a segunda menor taxa anual de crescimento desde 2004. O pior resultado foi em 2009 com a queda de 0,3% do PIB.

O economista da empresa, Luiz Rabi, lembra que em novembro já havia a expectativa que o País crescesse menos do que 3%. Até porque, a economia foi marcada por dois momentos bem diferentes. No primeiro semestre cresceu 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior por conta dos resquícios positivos do ano de 2010, quando o País cresceu 7,5% impulsionado pelo aumento da renda dos brasileiros, que engrandeceram seu poder de compra. Já no segundo semestre o ritmo de expansão foi freado e o Brasil avançou só 1,5%.

As estatísticas já indicavam cenário de estagnação. No quarto trimestre de 2011, o crescimento foi de apenas 0,9%, em relação ao mesmo período de 2010. "O aumento da taxa básica de juro, até agosto produziu efeitos defasados na economia", comenta Rabi.

Isso significa que as empresas ainda pagam juros caros para tomar empréstimo, mesmo com as quedas recentes da Selic, que hoje está em 10,5% ao ano.

Além disso, a crise financeira dos países europeus prejudicou a exportação dos produtos brasileiros.

SETORES - O que contribuiu de forma positiva para o crescimento tímido de 2,6% no ano passado foi o setor agropecuário, que avançou 3,5% beneficiado pelas safras com boa qualidade. "Mas o setor não representa 10% do PIB, por isso o impacto é pequeno", explica Rabi.

O setor de serviços, de certa forma beneficiado pelo mercado interno, atingiu expansão de 2,7%.

Por outro lado, a indústria, que equivale a 30% do PIB, cambaleou o ano todo e cresceu apenas 1,6%. "Concorrência dos importados diante do real valorizado já que fica mais baratos comprar produtos do Exterior e o fraco cenário internacional que dificulta a exportação são os causadores do resultado ruim", explica.

NESTE ANO - De acordo com o economista Rabi, a expectativa é que a partir do segundo trimestre, o País deve voltar a crescer mais, mas não como em 2010. “Com o pacote de salvação da Grécia, a queda da inadimplência, o aumento da produção industrial e as vendas no varejo, haverá crescimento generalizado em vários setores, mas será lento”, estima Rabi.




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