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Energia elétrica deve puxar inflação
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/07/2009 | 07:22
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Claudinei Plaza/DGABC


A tendência é de que a inflação ao consumidor suba no próximo período por conta do reajuste superior a 12% da tarifa de energia elétrica, determinado no dia 4 pela Eletropaulo - concessionária que também atende ao Grande ABC. A avaliação é do economista da FGV (Fundação Getulio Vargas), André Brás.

"A conta de luz compromete cerca de 3,5% do orçamento das famílias, portanto, tem um peso grande", afirmou. Para Brás, se o indicador IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor), da FGV, fosse calculado somente pelo preço da energia elétrica, teríamos uma inflação de pelo menos 0,3%. O que, somado ao índice atual, subiria para 0,58%.

Diante dessa expectativa de elevação dos preços, o economista alertou: "Vamos ter de retomar os hábitos da época do racionamento de energia elétrica, em meados dos anos 2000, quando o tempo do banho era mais monitorado. Do contrário, a conta ficará bem salgada".

Alimentos - Nas últimas quatro semanas, o custo do leite longa vida e seus derivados também pressionou o IPC-S na Capital. O indicador, que avalia o preço de itens como alimentação, habitação e vestuário durante quatro semanas, apontou alta de 0,28%; no acumulado do período anterior, o índice havia encerrado em 0,02%.

"A entressafra e as condições de pastagem influenciaram o preço dos laticínios, deixando-os mais caros. Por outro lado, a elevação dos preços já tem sido um pouco menor, o que mostra resistência a aumentá-los ainda mais", justificou Brás.

Outro fator que puxou o resultado foi a queda menor do custo dos alimentos in natura - verduras, legumes e frutas - que andavam apresentando retração entre 2% e 4%, e na média das últimas quatro semanas tiveram recuo de 2,2%.

Tradicionalmente os alimentos in natura têm seus preços elevados no primeiro trimestre, quando faz muito calor (o que provoca grande desperdício).

"No segundo trimestre, o aumento é amenizado, pois as temperaturas começam a diminuir. No terceiro, que se inicia, o excesso dos preços normalmente já foi devolvido no período anterior. Assim, a tendência é de que os valores cobrados comecem a ficar estáveis a partir de agora", explicou Brás.

Cotidiano - O importante para o consumidor ao analisar o índice de preços é prestar atenção nos itens que estão mais caros e aqueles com valores reduzidos, os de época etc, a fim de gerenciar melhor suas compras.

"Essa inflação é sempre um reflexo do que já pesou no bolso das pessoas. Diante da constatação semanal da alta (ou baixa dos preços), é possível chamar atenção do consumidor para onde ele deve direcionar seu orçamento", comentou o economista da Fundação.




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