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Concorde: famílias de vítimas chegam à França
Por Do Diário do Grande ABC
26/07/2000 | 09:51
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O acidente com o Concorde da Air France ocorrido nesta terça-feira, perto de Paris, nao implica perigo para a continuidade do aviao supersônico, afirmou o ministro francês dos Transportes esta quarta-feira, enquanto chegavam ao aeroporto de Roissy as primeiras famílias das vítimas, em sua maioria alemaes.

``Acho que o futuro do Concorde nao está em perigo', declarou o ministro dos Transportes, Jean-Claude Gayssot, precisando que será preciso levar em conta ``todos os elementos da investigaçao'. ``Nao perdi a confiança no Concorde. É evidente que existem tecnologias novas, mas este aviao nao chegou ao fim de sua carreira', declarou Gayssot.

O balanço estabelecido esta quarta-feira pela manha registra 113 mortos, quatro deles em terra. Duas das quatro vítimas em terra, que se encontravam no hotel destruído pelo impacto do Concorde, foram identificadas como estudantes de turismo polonesas, segundo a segurança civil.

Os primeiros familiares das 96 vítimas alemas chegaram às 09h00 (04h00 de Brasília) a Roissy Charles de Gaulle, segundo a companhia aérea Air France. Um total de 96 alemaes figuravam entre os passageiros do vôo AF4590 da Air France com destino a Nova York, mortos no acidente ocorrido dois minutos depois de sua decolagem em Gonesse (norte de Paris). A maioria era orginária de Hamburgo, Berlim, Frankfurt, Hannover e Dusseldorf.

Uma unidade de recepçao e apoio psicológico foi instalada nesta quarta, em Roissy, para cuidar dos familiares em sua chegada ao aeroporto. Esta unidade é integrada pelo pessoal da Air France que fala alemao, psicólogos, psiquiatras e membros da Cruz Vermelha.

Entre os outros passageiros do Concorde (47 homens, 50 mulheres e três crianças) que morreram, figuravam também dois dinamarqueses, um americano e um austríaco, segundo um porta-voz da Air France. Os nove tripulantes eram franceses.

Hoje será instalada uma capela ardente em local ainda nao definido. O presidente francês Jacques Chirac, que expressou esta quarta à noite ``sua intensa emoçao' ante a tragédia, irá ao local para prestar sua homenagem às vítimas, segundo fontes do Palácio do Eliseo.

A maior parte dos cadáveres das vítimas estava ainda no local do acidente pela manha, informaram as equipes de socorro. Somente os corpos que resistiram melhor ao impacto puderam ser transferidos para o instituto médico forense de Paris para um exame que deverá permitir sua identificaçao.

As investigaçoes continuavam esta quarta-feira entre os escombros do hotel, numa busca de eventuais novas vítimas que poderao aumentar o balanço da catástrofe, informou a célula de crise da polícia francesa.

Uma equipe técnica realizou uma verificaçao de vários minutos em um dos motores do Concorde antes de sua decolagem, o que atrasou a partida, segundo um porta-voz da Air France, Francois Brousse.

As caixas negras do aparelho, achadas esta quarta à noite, foram enviadas ao promotor de Pontoise (cerca de Paris). Segundo o diretor da aviaçao civil, Pierre Graf, ambos aparelhos de gravaçao de dados e conversaçoes de vôo e sua análise poderá levar de 24 a 48 horas.

O ministro Gayssot, que acompanhou o primeiro-ministro Lionel Jospin ao local do acidente, indicou que havia iniciado uma investigaçao ``como sempre' ocorre em caso de acidente aéreo. Gayssot acrescentou que os Concorde de Air France nao voltarao a voar até que nao conheçam os primeiros resultados de investigaçao.

A British Airways, a outra companhia que utiliza os avioes Concorde, decidiu prosseguir com os vôos esta quarta, depois de ter anulado os vôos nesta terça.

Indagado sobre as causas do acidente, o ministro francês de Transportes respondeu que é preciso dar tempo à investigaçao.

Reinhardt Klimmt, ministro alemao dos Transportes, afirmou no lugar da catástrofe que ``fará tudo que for necessário para ajudar as famílias'.




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