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Governo define ajuda à construção civil
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
29/10/2008 | 07:00
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O governo divulgará nesta quarta-feira como serão empregados os R$ 3 bilhões que disponibilizará para as empresas do setor da construção civil, por intermédio de uma linha especial da Caixa Econômica Federal.

Após um boom de novos empreendimentos este ano, o segmento começou sentir os efeitos da crise financeira e corre o risco de não ter recursos suficientes para dar continuidade aos projetos.

"Muitas construtoras consolidadas no mercado compraram terrenos a valores altos e os imóveis foram comercializados ainda na planta, portanto, elas precisam de recursos para construir", afirma Milton Bigucci, presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras de Condomínios do Grande ABC).

No entanto, o empresário afirma que as pequenas e médias empresas, apesar de não terem capital aberto como boa parte das grandes, também devem ser consultadas para participar da medida, que proporcionará capital de giro.

O anúncio do programa foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem pela manhã, mas ainda não havia sido explicado de que maneira a verba seria distribuída e nem quais os critérios para sua utilização.

Na opinião de Rosana Carnevalli, diretora-adjunta do Sinduscon-SP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo), o governo deve comprar as ações das 25 empresas do setor listadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), e depois revendê-las novamente. "No início do ano, os papéis valiam R$ 53,1 bilhões. Hoje, foram desvalorizadas em 72,3%, para R$ 14,7 bilhões", conta.

Existe uma grande preocupação para que essas empresas tenham recursos suficientes para finalizar suas obras e manter os empregos diretos e indiretos.

Das construtoras mais prejudicadas, entretanto, nenhuma atua na região. São elas: Inpar, Abyara, Agra e Tenda. "No Grande ABC, todas as empresas locais têm capital fechado, e entre as de fora que atuam aqui, encontram-se a Gafisa, a Cyrela, a Rossi e a Trisul)", conta Rosana.

Com o governo comprando ações das construtoras, entretanto, haverá um efeito de estatização, diz Bigucci. E, Em sua opinião, não é isso que as empresas querem.

"O ideal é que haja a compra de recebíveis das construtoras, ou seja, de notas promissórias, por parte do governo. Assim não se privilegia as empresas maiores, de capital aberto, e as instituições continuam comandando seu rumo, sem interferências", finaliza.




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