Nesta semana, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rogério Romancini, faz um ano que foi demitido da linha de produção da Volkswagen, em São Bernardo. O caso está na Justiça, mas ainda não houve solução.
A ordem para a reintegração foi dada no julgamento em primeira instância pela Justiça do Trabalho, que aconteceu em maio do ano passado, mas a empresa entrou com uma medida cautelar para que o dirigente continuasse fora da montadora.
Com isso, o processo seguiu para a segunda instância e a expectativa de Romancini é que seja julgado no próximo mês.
O caso do diretor do sindicato ganhou notoriedade porque o sindicalista ficou acampado por dois meses na porta da unidade Anchieta da Volks em protesto contra a demissão junto com outro dirigente que também havia sido dispensado quatro meses antes, o diretor Luiz Carlos da Silva, o Biro-Biro.
Romancini é membro do Comitê Sindical da fábrica, dentro da montadora, desde 2005 – o mandato expira este ano – e trabalhou na linha de produção por quase sete anos.
Para ele, a decisão de demitir veio da empresa pelo fato de ele fazer parte da oposição dentro do comitê e do sindicato, pois o dirigente é do Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) e acredita que ‘incomodava algumas pessoas’.
“Na época da reestruturação, se criou um mal-estar na empresa e até no sindicato. O sinal foi claro para a oposição. Mas o pior foi o silêncio do sindicato diante de tudo o que estava acontecendo”, comenta o diretor.
DIFICULDADES
Nesse período de afastamento, as dificuldades financeiras e problemas de saúde foram as que mais pesaram. “Quando fui demitido, minha esposa fazia tratamento após um câncer. E ficamos sem o convênio médico”, conta.
Quanto aos rendimentos, há um ano a família de Romancini vive do salário da esposa, que é assistente social, e da ajuda de alguns colegas do Conlutas.
Hoje, o sindicalista mantém seu trabalho como oposição ao sindicato.
A Volkswagen foi procurada pela reportagem, mas não comentou o assunto.
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