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Raio e trovão são a mesma coisa?
Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
05/02/2012 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Raio é a luz forte que vemos quando a nuvem descarrega o excesso de eletricidade. Já o trovão é o som provocado por esse fenômeno natural. Toda substância - inclusive a água e o ar que formam a nuvem - tem cargas positiva e negativa (parecido com a pilha), que se atraem naturalmente.

Dentro da Cumulonimbus (gigantesca nuvem de tempestade), o granizo adquire carga negativa ao se formar. Ao bater contra as gotinhas de água e minúsculos cristais de gelo repassa a carga positiva para eles. Quanto mais se chocam, maior será a força elétrica produzida. Quando a nuvem não aguenta mais a grande quantidade de energia, a descarrega na forma de relâmpago.

Durante esse fenômeno, a temperatura em torno do raio chega a mais de 30.000ºC. Ao esquentar demais, o ar se movimenta de modo bastante rápido e brusco, provocando o trovão. No entanto, o som demora mais para se espalhar pela atmosfera do que a luz. Por isso, o ouvimos pouco depois de vermos o relâmpago.

Por meio do estrondo, é possível saber a qual distância o raio caiu. Ao observar o clarão, basta contar os segundos até ouvir o barulho. Se dividi-los por três, descobre-se a quantos quilômetros ocorreu.

É PERIGOSO - Raio pode matar; por isso, durante as tempestades, é preciso se abrigar em lugar coberto. Entretanto, nunca fique embaixo de árvore, na água ou perto de poste de eletricidade; costumam ser atingidos por relâmpagos. Também não permaneça em áreas abertas, como campo de futebol. Se não achar onde se proteger, agache no chão, abrace as pernas, mantenha os pés juntos e abaixe a cabeça. A posição evita atrai-los.

 

Para-raios protege de perigos

Ao tentar provar que os raios eram eletricidade, o norte-americano Benjamin Franklin descobriu que são atraídos por objetos metálicos e pontudos. Assim, inventou o para-raios em 1752 para capturar as cargas elétricas das tempestades. Também chamado de Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas, é formado por peças de metal e instalado em locais altos para atrai-las e conduzi-las até o solo.

O aparelho é dividido em três partes: captor (atrai o relâmpago), descidas (conduzem a corrente elétrica ao terceiro sistema) e aterramento (distribui a eletricidade no solo com segurança). Desse modo, evita estragos que podem ser causados pelo raio, como incêndios e até morte de animais e humanos.

Na época em que o equipamento foi criado, religiosos condenaram Franklin, pois acreditavam que os relâmpagos eram castigo divino. Os escandinavos (povo da Suécia, Dinamarca e Noruega), por exemplo, diziam que o deus Thor os lançava para causar medo e punir os humanos.

 

Cão tem medo

O cachorro não gosta de trovão porque tem ouvido bastante sensível. O barulho é muito maior para o bicho do que para os humanos, podendo causar dor. Por isso, o assusta tanto. A mesma reação ocorre ao escutar fogos de artifício e sons altos. Além do cão, os demais canídeos

(lobo, coiote, raposa, entre outros) e animais com boa audição, como o elefante, têm esse comportamento. Na natureza, em geral, os bichos procuram abrigo para se proteger dos raios. Se não encontrarem local, correm o risco de ser atingidos por relâmpago.

 

Saiba mais

- Uma única tempestade pode produzir mais de 1.500 raios que atingem o chão. O Brasil é o lugar em que mais caem no mundo: cerca de 60 milhões por ano.

- No Brasil, São Caetano é uma das cidades mais atingidas por raios, com 23 por quilômetro quadrado. No Estado de São Paulo, o município ocupa o primeiro lugar. Diadema vem na terceira posição.

 

Consultoria de Carlos Augusto Morales, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciência Atmosférica da USP, e do biólogo Guilherme Domenichelli

 

Jones Cazzuni Júnior, 7 anos, de Diadema, não sabe a diferença entre raio e trovão. "Quando vejo a luz forte e escuto o barulho enorme chamo de trovão." O menino garante não sentir medo, mas sabe que é perigoso. "Pode matar se acertar a gente."




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