Política Titulo Crise
Grande ABC fecha 2015 com rombo de R$ 1,96 bi

Atingidas pela crise, prefeituras registram
deficit entre receita e despesa; S.Bernardo lidera

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/02/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Balanços fechados confirmaram as expectativas negativas dos prefeitos: em 2015, a região registrou deficit de R$ 1,96 bilhão entre receita e despesa. O valor contrasta, e muito, com o resultado orçamentário de 2014, quando as sete cidades, juntas, tiveram superavit de R$ 464,4 milhões entre arrecadação e gastos. Os dados são de balancetes financeiros dos Paços registrados no sistema da Secretaria do Tesouro Nacional.

A cidade que mais teve problemas financeiros foi São Bernardo, administrada pelo petista Luiz Marinho. O ano fechou com R$ 1,52 bilhão em deficit – R$ 3,34 bilhões de receita para despesa de R$ 4,86 bilhões. O rombo bilionário já era esperado e foi noticiado pelo Diário em outubro – à época, a administração trabalhava com conta negativa de R$ 1,2 bilhão.

Entre 2014 e 2015, a Prefeitura de São Bernardo viu reduzir suas receitas, de R$ 3,7 bilhões para R$ 3,3 bilhões. Porém, em vez de apertar os cintos, abriu os cofres na despesa: salto de R$ 3,55 bilhões para R$ 4,86 bilhões – alta de 37%.

As outras duas maiores gestões do Grande ABC em volume orçamentário fecharam 2015 com deficit: Santo André de R$ 263,1 milhões (R$ 2,9 bilhões de receita e R$ 3,19 bilhões de despesa) e São Caetano de R$ 117,8 milhões (receita de R$ 1,15 bilhão e despesa de R$ 1,27 bilhão).

Em Diadema, o cenário também foi de rombo. Conforme projeção do prefeito Lauro Michels (PV), que alegou recuo na arrecadação e falta de auxílio do governo federal, 2015 registrou deficit de R$ 95,7 milhões (receita de R$ 1,22 bilhão e despesa de R$ 1,31 bilhão).

Nos demais municípios houve superavit, embora com números tímidos. Mauá teve balanço positivo de R$ 29,9 milhões, Ribeirão Pires de R$ 3,3 milhões e Rio Grande da Serra de R$ 812 mil.

Especialistas ouvidos pelo Diário indicam que o caminho, no momento de crise, é fechar as torneiras das despesas. Entretanto, a redução dos investimentos pode impactar diretamente na parte política justamente no ano eleitoral. Dos sete prefeitos da região, seis buscarão a reeleição, enquanto Marinho apostará todas suas fichas eleitorais no secretário de Serviços Urbanos e Coordenação Governamental, Tarcisio Secoli (PT), para manter seu grupo no poder em São Bernardo.




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