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Governo Damo chega ao fim sem pagar salário dos servidores
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
30/12/2008 | 07:00
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O prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), irá terminar o mandato sem pagar o último salário do ano para os 6.000 servidores. A segunda parcela do pagamento de dezembro, que deveria ser depositada nas contas dos funcionários hoje, será de apenas 40% do valor líquido e não os 60% habituais. Mensalmente, a Prefeitura gasta cerca de R$ 11 milhões com a folha de pagamento. O adiantamento salarial de 40% do total - pago ao funcionalismo no último dia 15 - corresponde a R$ 5,2 milhões. Faltam ainda o montante equivalente a R$ 5,8 milhões.

Segundo o secretário de Finanças, José Francisco Jacinto, o dinheiro deverá vir do repasse do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). "Para o pagamento dos salários precisaremos de R$ 5,8 milhões. A receita prevista para amanhã (hoje) com o ICMS é de R$ 2,8 milhões. Ainda faltarão R$ 3 milhões. Por isso não iremos pagar a totalidade do salário".

Para o presidente da Uniserv (União Geral dos Servidores Públicos) de Mauá, Renato Martins de Abreu, faltou responsabilidade da administração pública. "Salário é questão alimentícia e não pode atrasar. É inadmissível que falte dinheiro para pagar os salários". O secretário de Finanças não reconhece que tenha havido falta de comprometimento. "Procuramos sempre priorizar a folha e o funcionalismo. Não foi diferente neste mês. Muitos fornecedores da Prefeitura ficaram sem receber por conta dessa prioridade". E ainda minimizou o problema: "Infelizmente a gente fecha o ano com esta pendenciazinha".

Mas para servidores, a ‘pendenciazinha' será sinônimo de aperto no fim do mês. "Trabalho há 10 anos na Prefeitura e nunca passei por isso. Meu salário estava separado para quitar algumas dívidas. E agora eu faço o quê?", lamentou um funcionário que não quis se identificar. Assim como ele, todos os trabalhadores só descobriram que não receberiam o salário na manhã de ontem. "Começaram os boatos e tivemos que ligar para o RH (Recursos Humanos) para que nos explicassem", afirmou uma servidora.

A conta deverá ficar para o prefeito eleito Oswaldo Dias (PT). Ele, no entanto, não quis falar sobre o assunto. Já o vice-prefeito eleito, Paulo Eugênio Pereira Júnior (PT), disse que o pagamento será prioridade. "Vamos analisar a situação financeira da Prefeitura, elencar prioridades e o funcionalismo é uma delas. Servidor não pode ser penalizado pela responsabilidade do Damo."




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