Parece que não existem obstáculos capazes de derrotar Arthur Zanetti. Se visivelmente o atleta de São Caetano era melhor do que seus adversários na final das argolas do Pan-Americano, ontem, em Toronto, nem a pressão pela conquista do título inédito o atrapalhou. Calmo e executando a série com perfeição, o campeão olímpico e mundial confirmou o favoritismo e levou o ouro com 15,725, contra 15,525 do norte-americano Donnel Whitenburg e 15,450 do cubano Manrique Larduet.

Além de ganhar a única medalha importante que ainda não tinha, Zanetti deu recado aos concorrentes pelo ouro na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro: tem concentração suficiente para suportar o favoritismo que recai sobre seus ombros e, definitivamente, não refuga em momentos importantes.

Após ouvir o Hino Nacional no Coliseu de Toronto, Zanetti deixou evidente que tirou mais um peso das costas. “Estou aliviado”, confessou. “Era a única medalha de ouro que faltava na coleção e agora ela veio. Muito importante para mim”, acrescentou o são-caetanense, que havia conquistado a prata no Pan de Guadalajara, em 2011.

Zanetti se emocionou durante a premiação e logo depois se explicou. “Ali em cima do pódio é onde temos a certeza que somos campeões. Pensei em toda a minha equipe e nos torcedores. Tinha brasileiro em todos os cantos do ginásio. Essa medalha é para eles”, comentou.

O grande desafio do ginasta é arrumar motivação para seguir em alto nível, já que com o ouro pan-americano todos os objetivos foram alcançados. Uma das maneiras é mudar a série que vem sendo imbatível nas últimas competições.

“Acho que tenho de mudar a minha série, colocar ainda mais dificuldade e limpar a execução (realizar os exercícios sem nenhum erro). No Mundial (em Glasgow, na Escócia, em novembro) terei adversários mais complicados e preciso estar preparado para tudo”, ressaltou.

Como não encontra muitos rivais nas argolas, Zanetti tem aproveitado para se aperfeiçoar no solo com o intuito de ajudar a equipe brasileira a garantir lugar na Olimpíada de 2016. “Precisamos ficar entre os oito primeiros do Mundial para nos classificar para o Rio de Janeiro. Esse é um dos nossos grandes objetivos”, confirmou o técnico de Zanetti, Marcos Goto.