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ONU vota pelo fim do cerco a Arafat; EUA se abstêm
Do Diário Online
Com Agências
24/09/2002 | 08:49
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Israel decidiu simplesmente ignorar a resolução aprovada esta terça-feira pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, manifestando sua determinação de continuar o cerco ao quartel general do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, em Ramallah.

"A ONU pode pedir o que quiser. Problema dela. Israel continuará sua operação até que seus objetivos sejam alcançados", declarou um alto funcionário do Governo israelense, que pediu para manter o anonimato.

"Ou Arafat sai de seu quartel general, ou os terroristas ali refugiados se entregam. Enquanto isso, continuará isolado", assinalou.

O funcionário também estimou que era previsível o fato de os Estados Unidos não terem vetado a resolução, considerando que Washington necessita do maior apoio possível da ONU contra o Iraque. Na verdade, os Estados Unidos não vetaram, mas também não votaram.

E mesmo assim, o representante de Israel na ONU, Yehuda Lancry, se declarou "decepcionado" com a atitude dos Estados Unidos, numa entrevista à rádio estatal israelense.

Lancry denunciou a ausência na resolução de "toda referência específica às ações terroristas" perpetradas por grupos palestinos, que, segundo ele, justificam a ação de Israel de cercar o quartel general de Arafat.

Também descartou qualquer possibilidade do envio de uma força internacional pela ONU para obrigar Israel a retirar suas tropas das zonas autônomas palestinas reocupadas. "Nem pensar, aqui força estranha não entra", disse.

Por sua parte, Nabil Abu Rudeina, um dos conselheiros de Arafat, disse que a resolução "está na boa direção, mas é importante insistir para que Israel a aplique e se retire imediatamente" do quartel general do presidente da Autoridade Palestina", lembrando que "não é só o Iraque que tem de ser pressionado para cumprir as resoluções da ONU".

Os Estados Unidos desta vez "lavaram as mãos", ou seja, se abstiveram de votar a resolução 1.435 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada na noite passada por 14 dos 15 membros do Conselho.

O representante norte-americano no Conselho, John Negroponte, até chegou a ameaçar antes da votação impor seu veto. "Não vamos apoiar a adoção de um texto partidário que não reconhece que há duas partes no conflito", chegou a declarar durante uma sessão pública do Conselho. Mas depois, parece ter lembrado que os EUA estão precisando de todo apoio da ONU para tornar legal seu pretendido ataque ao Iraque e desistiu.

A resolução 1.435 pede a Israel que "suspenda imediatamente as medidas adotadas na cidade e nos arredores de Ramallah, em particular a destruição da infra-estrutura civil e de segurança palestina".

O texto dá conta também do "total apoio" do Conselho de Segurança aos esforços do Quarteto (ONU, EUA, Rússia e União Européia) sobre o Oriente Médio.




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