Os dois lados saíram às ruas separadamente no domingo, horas depois do assassinato a tiros - em plena luz do dia, no centro de Andoain, província basca de Guipúzcoa - para protestar contra a morte do intelectual de esquerda, que no passado franquista amargou cinco anos de cadeia.
Os representantes do governo regional e do Partido Nacionalista Basco (PNB, moderado) participaram de várias manifestaçoes, ao mesmo tempo que os dirigentes dos grandes partidos espanhóis se uniram a manifestaçoes convocadas pelo Fórum de Ermua.
O rei Juan Carlos da Espanha e a rainha Sofia guardaram em Jerez de La Frontera (Andaluzia, Sul), três minutos de silêncio em respeito à morte de Lacalle.
É a primeira vez que os monarcas se unem a um protesto deste tipo, informou um porta-voz da Casa real.
Em visita oficial a Jerez, o rei e a rainha saíram ao meio-dia a uma sacada da prefeitura, em que participaram dos três minutos de silêncio.
Em Madri, deputados e senadores também saíram aos corredores do Congresso e Senado para se unir ao movimento.
Várias manifestaçoes convocadas pelo Movimento contra a Intolerância estao previstas para a noite desta segunda-feira, em onze grandes cidades espanholas.
O jornalista era um crítico feroz dos guerrilheiros do grupo ETA. Ele foi morto a tiros na porta de casa.
A vítima do último atentado da ETA era um dos fundadores do Fórum de Ermua, um grupo de personalidades criado em 1997 para lutar pela paz e pelo fim da violência no país Basco, pouco depois do assassinato do jovem vereador do Partido Popular (PP, centro-direita, no poder), Miguel Angel Blanco.
Profundamente comovida pelo assassinato do jornalista, a sociedade espanhola foi novamente convocada nesta segunda-feira para protestar em 11 grandes cidades, praticamente no mesmo horário do enterro da mais nova vítima da ETA, na localidade basca de Andoain, onde residia.
Por volta do meio-dia, as prefeituras de várias regioes diferentes da Espanha promoveram cinco minutos de silêncio, em memória do jornalista. O quarto atentado da ETA após o fim da trégua provocou protestos tanto entre os nacionalistas radicais quanto entre os nacionalistas moderados.
O grupo separatista basco já matou cerca de 800 pessoas, desde que iniciou a sua violenta campanha pela independência, em 1968. No último dia 3 de dezembro, o ETA pôs fim à trégua que havia declarado 14 meses antes. Desde entao, sao atribuídos aos terroristas vários atentados à bomba.
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