Isto é, o mesmo Anthony Hopkins volta a encarar o psiquiatra canibal dr. Hannibal Lecter. Da primeira vez em tom trágico; na segunda, farsesco. O filme de Jonathan Demme flui pelo suspense psicológico, inexistente na atual produção, dirigida por um irreconhecível Ridley Scott. Na história, um maníaco psicopata chamado Buffalo Bill seqüestra, mata suas vítimas e arranca-lhes a pele. O FBI fica em seu encalço, quando a filha de uma senadora torna-se sua vítima.
Os melhores momentos são os encontros na prisão entre Lecter e a novata agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster). É o que dá vida ao filme: um louco ajudando a polícia a capturar outro louco, mas que cobra por isso o preço de dividir seus conhecimentos sobre o criminoso com os segredos íntimos de sua interlocutora. Um hipnótico Lecter e uma Clarice vulnerável, em duas interpretações marcantes, com Hopkins inspirado e Jodie surpreendendo. Tem suspense antiquado, mas funciona bem.
Só falta a TV passar o primeiro filme no qual o personagem dr. Lecter aparece pela primeira vez, com o nome Lektor: Dragão Vemelho (Manhunter, 1986), de Michael Mann (também lançado em vídeo como Caçador de Assassinos). É baseado no livro homônimo de Thomas Harris que inspirou O Silêncio dos Inocentes, com uma pequena participação do canibal vivido por Brian Cox. Sem dúvida, também superior a Hannibal.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.