Política Titulo 2008
Klinger doou para
campanha de Marinho

Prefeito de São Bernardo articulou comando da
FUABC, que contratou ex-secretário como lobista

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
19/08/2013 | 07:02
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Denis Maciel/DGABC


 O contrato com a FUABC (Fundação do ABC) que permite Klinger Luiz de Oliveira Sousa (PT) a atuar como lobista em Brasília foi firmado quatro anos depois de o ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André ter dado sua parcela de contribuição para a primeira eleição de Luiz Marinho (PT) para a Prefeitura de São Bernardo, em 2008.

Naquele pleito, Klinger doou R$ 6.000 para a campanha do ex-ministro do Trabalho e da Previdência – que foi amplamente apadrinhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi considerado um dos projetos principais do petismo naquele ano. A contribuição foi dividida em duas partes, sendo R$ 3.000 em cheque nominal e a outra metade via sua empresa, a KLL Consultoria e Avaliação Educacional Ltda.

Cinco anos depois, Klinger assinou convênio na FUABC, que hoje tem em seu comando um homem de confiança indicado pelo chefe do Executivo são-bernardense. Marinho articulou pessoalmente para a eleição de Maurício Mindrisz à presidência da instituição no biênio 2012-2013. Mindrisz, por sua vez, atuou diretamente na contratação da KLL para coordenar projeto para transformar a FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) em centro universitário. A situação dá conotação ao aparelhamento político-partidário da entidade.

Ontem o Diário mostrou com exclusividade que o termo contratual entre a FUABC e a KLL não exige contrapartidas de Klinger e o autoriza a percorrer os corredores de Brasília para que a proposta da instituição avance. O acordo se encerra em dezembro, justamente quando finda o mandato de Mindrisz no comando da organização, com Orçamento de R$ 1,1 bilhão e mantida pelas prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano.

Em 2008, a doação de Klinger representou 0,05% da receita total de Marinho para o processo eleitoral – ele recebeu R$ 11,2 milhões. Agora, o contrato feito a sete chaves rende, por mês, R$ 25 mil para a KLL, ou R$ 600 mil pelos dois anos de serviços prestados. Na Junta Comercial, a consultoria está avaliada em R$ 120 mil, sendo que o petista detém R$ 108 mil da companhia.

Na reeleição de Marinho, em 2012, Klinger não efetuou doações oficiais. Mas o ex-supersecretário da gestão petista de Celso Daniel (morto em 2002) foi pivô de episódio polêmico no pleito de Santo André.

Klinger esteve na plateia do debate eleitoral do segundo turno entre o então deputado Carlos Grana (PT) e o ex-prefeito Aidan Ravin (PTB). O ex-secretário andreense ficou ao lado dos apoiadores do petista e causou constrangimento a muitos aliados de Grana, que já havia refutado apoio formal de Klinger.

Na montagem da equipe de campanha, Klinger foi cotado para coordenar a empreitada de Grana, porém, o próprio candidato vetou a indicação. Antes do segundo turno, Grana foi taxativo ao dizer que o correligionário não teria cargo em seu governo caso vencesse Aidan. 




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