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Câmara de Diadema quer explicações de secretário sobre remédios
Por Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
11/02/2006 | 08:08
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A Câmara de Diadema chamará o secretário municipal de Saúde Marcos Calvo para explicar a incineração de medicamentos vencidos no almoxarifado da Prefeitura. A ida dele à Casa é defendida por vereadores da oposição e também da situação, que estiveram no depósito para apurar denúncia feita pelos vereadores Lauro Michels (PSDB) e Vagner Feitosa (PSB), o Vaguinho.

Vaguinho fará requerimento na sessão da próxima quinta-feira para que a secretaria forneça dados sobre todas as incinerações de medicamentos nos últimos cinco anos, além de informar se o procedimento é feito por empresa licitada e qual o custo aos cofres públicos. "Já que o PT quer investigar, não tem por que meu requerimento não passar", diz Vaguinho.

Para Calvo, "não há constrangimento algum" em comparecer para prestar esclarecimentos aos vereadores, mas o secretário criticou o uso político do episódio. "Nem sempre o interesse que move as pessoas é o da comunidade, e sim o da autopromoção", alfineta, sem citar nomes. Antes mesmo da denúncia, já estava marcada para o dia 22 deste mês a prestação de contas da Saúde, prevista para ocorrer na Câmara, ao qual Calvo irá.

Fogo amigo – A bancada do PT na Câmara fechou questão e decidiu ter postura crítica sobre as denúncias em reunião feita às pressas na última quinta-feira. "Não quero prejulgar ninguém, mas existe grande possibilidade de haver má-fé de alguém, e vamos apurar isso. Ninguém será mais radical que a bancada do PT neste sentido", garantiu. O líder de Governo na Câmara, Jair Batista, o Pastor Jair (PT), afirmou que "quem quer que seja o responsável terá de pagar".

Como meio de tornar o jogo político favorável ao governo, a bancada do PT pretende questionar de que forma a denúncia chegou a Vaguinho e Michels, que são da oposição. Os petistas estranham o vazamento de informações por meio de denúncia anônima, como afirmaram os dois vereadores. Uma parte do partido acredita que a informação deva ter vindo de dentro, já que alguns dos representantes do Conselho Municipal de Saúde têm ligações com o PSDB.

Fritura – De qualquer maneira, o episódio deve servir para a fritura de Calvo por alguns parlamentares da base de sustentação. Nos bastidores da política da cidade, é sabido que o secretário de saúde passou por dificuldades com vereadores da base de sustentação do governo por conta de alguns atos que tomou à frente da pasta. O principal foi ter substituído integrantes indicados por petistas para cargos na área da saúde por nomeações técnicas.

Outro ponto de desgaste pode ter sido a perda da presidência do Conselho Popular de Saúde nas eleições de dezembro de 2005. O ex-presidente era Geraldo Laricão, filiado ao PT. O atual, Arlindo Bernardes, o Arlindo da Farmácia, não é petista. Além disso, uma ala do PT não conseguiu eleger tantos candidatos quanto imaginava. Hoje, dos 38 conselheiros titulares, pelo menos 20 não votam com o partido.

A briga deve esquentar hoje, quando serão eleitos outros quatro titulares e quatro suplentes para o Conselho Municipal de Saúde, que terão a função de apurar o caso. O PT, assim como o PSDB, pretende lançar candidato, mas a conjuntura deve instigar outros partidos a também entrarem na disputa.




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