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Grande ABC e a vocação de produzir, ontem e hoje...

Historicamente, o Grande ABC sempre produziu: plantas e hortaliças, pedras e tijolos, artigos manufaturados e produtos tecnológicos

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
03/08/2009 | 00:00
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Historicamente, o Grande ABC sempre produziu: plantas e hortaliças, pedras e tijolos, artigos manufaturados e produtos tecnológicos. Teve, e tem, no automóvel, o seu carro-chefe. Hoje ainda produz um pouco de tudo, mas também faz história. Memória oferece cinco exemplos: o mais recente passa pela construção civil; temos dois casos à mão de automóveis de luxo - um deu certo, o outro ficou pelo caminho. E o que dá certo mesmo é o pensamento do cidadão (ã) do Grande ABC. Vejam dois casos daquilo que podemos chamar de microcomposição.

O material é rico. Hoje fazemos apenas a apresentação das obras recém-editadas. Até o final do ano, extrairemos muitas outras preciosidades destas memórias reunidas.

UM JUBILEU DE CIMENTO E CAL - Publicação sobre os 25 anos da construtora de Milton Bigucci, com notícias históricas do seu criador e da sua família, originária da região da Emília Romagna, Província de Forli, cidade de Cesena, distrito de Formignano.

Os pioneiros Bigucci foram Leopoldo e Rosa Maria, bisavós de Milton, e os filhos pequenos.

Milton Bigucci pesquisou pessoalmente a vida dos ancestrais, levantando as informações básicas em 2000 nos registros públicos e paróquias de Cesena. Ele chegou aos antepassados desde 1756 - seis gerações.

Milton Bigucci nasceu na Vila Carioca, em 19 de dezembro de 1941, e entre as ilustrações do livro está a foto da casa humilde da família. Seguem-se imagens da infância, adolescência, juventude até os dias atuais. Memória pura, complementada pelo trabalho profissional e as ações comunitárias que desenvolve o personagem central.

O livro leva a assinatura da jornalista Silvana Coelho, projeto gráfico e edição de Giselle Gaspar Marques, com revisão de Marcelo Bigucci. Contato: mbigucci@mbigucci.com.br.

DODGE, O QUE DEU CERTO - Alexandre Badolato lançou este ano o livro Dodge, história de uma coleção (Alaúde Editora), contribuição formidável à memória automobilística, já que, descobriu o autor, "todo material da fábrica foi destruído, jogado fora". Que fábrica? A Chrysler do Brasil, que teve unidades em São Bernardo e Santo André. Aliás, o livro chegou à coluna por meio de um antigo alto funcionário da Chrysler, o pesquisador Cezar Livio, de São Bernardo.

Alexandre Badolato, o autor, é administrador de empresas. No livro dedica capítulos aos modelos Dodge 1981 (Le Baron), 1979 (Charger R/T), 1974 (Dart Coupê de Luxo), 1980 (Charger R/t), 1979 (Dart Sedan de Luxo), 1971 (Charger), 1972 (Charger R/T), 1981 (Dart Coupé de Luxo), 1971 (Charger R/T), 1967 (Dart GT Convertible), nesta ordem. Na abertura, os cenários e os personagens; no final, o Museu do Dodge - na região de Campinas - e seu site, ambos criações do autor. Visitem: www.museudodge.com.

DEMOCRATA, O QUE FICOU PELO CAMINHO - O livro do jornalista Roberto Nasser narra a aventura de um idealista, Nelson Fernandes, o que criou a Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, com fábrica em Riacho Grande, e sua obra maior, o Democrata. O título diz tudo: "O carro certo no tempo errado" (Edita). O tempo: década de 1960.

"Passados tantos anos, creio no atrevimento do empreendedor e no projeto inviabilizado por pressões subterrâneas, manejadas num período negro e duro de nossa história política" (cf. o autor, na apresentação do livro).

São preciosas as ilustrações, como a da terraplanagem no terreno, com a via principal ao fundo acompanhada pelas elevações com a Mata Atlântica.

Aos jovens, em especial, vale observar o veículo da capa: é o Democrata. Tinha tudo para ser modelo vitorioso da indústria legitimamente nacional. Os veículos da primeira série, diz o autor, foram enterrados durante as obras; da segunda série, há unidade vendida a colecionadores; outra licenciada em Brasília em restauração; outras unidades, abandonadas em área baldia.

Por que não deu certo? É preciso ler o livro. E se entristecer e se decepcionar pelos mesmos caminhos trilhados por Nelson Fernandes, hoje um bem-sucedido empresário de serviços. Contatos: rnasser@rnasser.com.br.

NOTAS, NOTAÇÕES E RETRATOS - Um mimo bibliográfico com tiragem de 142 exemplares. Um presente ao autor, Valdecirio Teles Veras, advogado e morador de Santo André, dos seus amigos, no dia do seu aniversário: 22 de junho.

Citamos trecho da primeira notação: "Pontes de tábuas da Malhada dos Teles. O carro de boi a passar. Se não range, rangedor, não é bom".

Um texto musical, ora atrevido: "É bela a vista vista do Jardim da Bela Vista. Mas, por favor, não peidem no elevador". Valdecirio mora no Jardim Bela Vista, em Santo André, com a sua Dalila - hoje título de música da Ivete, a Sangalo.

TROVAS, FRASES E TIRADAS - As menores frases do mundo, num livreto pouco mais comprido - e mais fino e estreito - que uma caixa de fósforos? É verdade. E o autor, o jornalista Humberto Domingos Pastore, de São Caetano, vai lascando, em 22 micropáginas do seu Dez velas desvelam a noite?:

Descansou? Porque dez cansaram!
Gosto do gesto do gasto.
Valter aviltou a volta.
Agarra na guerra, aguirre.
Cura cara. Cora!
Socorro! Só corro, corro e corro só.
São Judas Tadeu! Contigo, consigo!

Rapaziada do Rudge Ramos
Newton (Dino Sani), Ney Felipe, Nino Magnani, Norberto Nicoletti, Orlandinho, Osvaldo Barraca, Oswaldo do Bar, Osvaldo Fuseti, Paulinho e Paulinho Carnera.

Eles fazem parte da Turma Rudge Anos 60, movimento criado e dirigido por João Leopoldo Maciel e Valdivino Germano.

Se cada um desses nomes - cuja lista Memória vem publicando por ordem alfabética - separasse uma foto familiar antiga, o próximo reencontro do pessoal traria um painel dos mais bonitos sobre a formação étnica de um dos bairros mais antigos do Grande ABC: Rudge Ramos, ex-Bairro dos Meninos, em São Bernardo.

Violeiros
Câmara Municipal de Mauá realiza hoje, às 19h30, sessão solene comemorativa ao Dia da Orquestra de Violeiros de Mauá, por ocasião dos 19 anos de fundação da orquestra. Homenagem será no plenário do Legislativo. Informações: 4513-2004 (com Josefa).

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Sexta-feira, 3 de agosto de 1979

Manchete - Portaria regulamenta fechamento de postos de combustíveis. Caminhoneiros ameaçam parar porto de Santos. Governo pode usar a força. População se ressente com as novas medidas. Comissão Mista do Congresso apela em favor dos punidos pela Revolução.

Anistia - Comissão de parlamentares da oposição vai visitar presos políticos.

Previdência - Autoridades do Grande ABC estão descontentes com recente portaria do Inamps, de não mais assumir os encargos de atendimento a pacientes não-beneficiários.

Futebol - Interditadas as numeradas do Estádio Bruno Daniel por apresentar rachaduras e desnível na marquise.

EM 3 DE AGOSTO DE...
1914 - Alemanha declara guerra à França e se prepara para invadir a Bélgica nos primeiros dias da Primeira Guerra Mundial.

HOJE
Dia do Tintureiro, Dia do Telefone e Dia do Capoeirista.

SANTOS DO DIA
Gamaliel, Germano de Auxerre, Nicodemus e Pedro de Anagni (bispo italiano).




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