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Ministro do Trabalho anuncia comissão para mínimo
Frederico Ribeiro Nehme
Enviado especial a Praia Grande
03/08/2005 | 08:20
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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou a criação, no próximo dia 11, em Brasília, da comissão permanente que definirá uma política de valorização do salário mínimo. O ex-presidente da CUT, recém-empossado no ministério, fez o anúncio nesta terça-feira, durante a abertura do 5º Congresso da Força Sindical, em Praia Grande, na Baixada Santista.

"Essa comissão tem a tarefa de pensar a política permanente de valorização do salário mínimo em longo prazo. Nosso objetivo é terminar o mandato do presidente Lula deixando uma política de Estado para o salário mínimo, e não meramente uma política de governo", disse. A comissão será tripartite, integrada por representantes do governo federal, de empresários e de trabalhadores.

Marinho afirmou que o valor do salário mínimo que integra o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) - a ser entregue pelo governo federal ao Congresso Nacional em agosto - é de "pouco mais" de R$ 320 - atualmente, o salário mínimo é de R$ 300. "Esse reajuste leva em conta a inflação do período e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) per capita. É um valor insuficiente, na minha opinião. Vamos brigar por um reajuste maior", afirmou.

O ministro disse que discutirá com as centrais sindicais o novo valor do mínimo em dezembro, defendendo um reajuste maior. "Como no ano passado, quando eu era presidente da CUT, vamos reunir as centrais sindicais e fazer uma reunião com o presidente Lula para pedir um aumento real do salário mínimo."

Em 2005, o ex-presidente da CUT encabeçou um grupo de sindicalistas que negociou o reajuste do salário mínimo de R$ 260 para R$ 300 - um aumento real de aproximadamente 8%.

Marinho também disse que irá defender a retomada das discussões da reforma sindical no Congresso. "O Congresso não pode apenas tratar de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito). Precisa tratar de outros temas, e a reforma sindical é um dos temas mais importantes a serem tratados no momento. Ao mesmo tempo, queremos também iniciar as discussões sobre a reforma trabalhista", afirmou.

Força - O congresso da Força Sindical, que elegerá a nova diretoria executiva nacional da entidade, se estende até quinta-feira e é marcado pela defesa da apuração das denúncias de corrupção que envolvem o governo federal e por mudanças na política econômica nacional.

Participaram nesta terça-feira da abertura do congresso o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, o presidente estadual da CUT, Edílson de Paula, e presidentes de partidos políticos.

O governador de São Paulo criticou duramente o governo federal em seu discurso durante o congresso em Praia Grande. "O que temos hoje no Brasil é um governo que não funciona, um presidente que não governa e um povo que está estarrecido com as denúncias de mau uso do dinheiro público", afirmou o governador depois que o ministro do Trabalho já havia deixado o Centro de Convenções de Praia Grande, onde acontece o congresso.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que irá mobilizar toda a central sindical para uma campanha com manifestações de rua pela apuração das denúncias em Brasília. "Queremos colocar o povo na rua para cobrar das autoridades a apuração das denúncias", afirmou.

Também estiveram presentes ao congresso, que, segundo a assessoria da Força, reuniu 1.500 pessoas na abertura, diretores de sindicatos da central no Grande ABC, como Cícero Firmino da Silva, o Martinha, presidente dos Metalúrgicos de Santo André, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente dos Metalúrgicos de São Caetano, e Minervino Ferreira, presidente dos Comerciários do ABC.




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