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Penitenciárias paulistas registram 131 mortes em cinco meses
Do Diário OnLine
23/06/2003 | 15:52
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O governo de São Paulo divulgou nesta segunda-feira o balanço de mortes nas penitenciárias do Estado. De janeiro a maio deste ano, 131 detentos morreram nas 115 unidades prisionais paulistas — 121 por doença e dez por assassinato ou acidente. O levantamento mostra que o número de mortes violentais caiu 85% em relação ao ano passado.

No mesmo período de 2002, foram 182 mortes, sendo 62 vítimas de crimes ou acidentes. Até o ano 2000, os crimes e acidentes eram responsáveis pela morte de 22,2% da população carcerária paulista.

A coordenadora de saúde das unidades prisionais do Estado, Maria Eli Bruno, acredita que a separação de presos de acordo com sua periculosidade foi responsável pela diminuição das mortes violentas nos presídios. Outro fator foi “o fechamento da Casa de Detenção do Carandiru, que era um grande foco de violência. Também foi importante o reconhecimento da existência de facções criminosas e conseqüente separação de todas elas”.

Eli Bruno ressaltou também a redução no número de mortes por doença. “A melhoria começou há dois anos, com a criação da Coordenadoria de Saúde, que passou a atuar de maneira sistemática na saúde do preso, com prevenção e a colocação de médicos profissionais em todas as unidades”, disse.

Antes da criação da Coordenadoria de Saúde, os presos não faziam parte do Sistema Único de Saúde (SUS) por serem considerados pelo IBGE como população excluída dos municípios. Com a volta dos detentos ao SUS, os recursos para o tratamento deles aumentou.

Outra medida tomada para reduzir a mortalidade por doença no sistema prisional foi organização de um prontuário médico que acompanha os detentos quando estes são transferidos para outras unidades. “A redução das mortes e a melhoria na qualidade do atendimento são fundamentais no processo de recuperação do preso. Ele passa a entender que perdeu apenas a liberdade, mas continua com todos os outros direitos de cidadão”, concluiu Eli Bruno.




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