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Brasil assume cadeira no Conselho de Segurança da ONU
Por Brasília
Da AE
01/01/2004 | 20:24
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O Brasil assumiu quinta-feira uma cadeira não-permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), pelo período de 24 meses, com foco em duas ambições da política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira, de consolidar a condição de parceiro relevante na discussão dos grandes temas internacionais, como a reconstrução do Iraque e a solução para crise Israel-Palestina. A segunda, de ser alçado à condição de membro permanente assim que o processo de reforma da ONU – em especial, de sua instância máxima de poder – for concluído. No jogo pesado do conselho, entretanto, o Brasil terá de se posicionar sobre temas tão polêmicos quanto os conflitos em curso, como a clonagem humana.

Além do Brasil, outros quatro países assumiram cadeiras não-permanentes no Conselho de Segurança – a Argélia, o Benin, as Filipinas e a Romênia, cada um representativo de uma região geográfica.

A Alemanha, a Espanha, o Chile, a Angola e o Paquistão continuarão nessa condição até o fim deste ano. Entretanto, o poder de fato seguirá emanando do grupo de cinco países vencedores da 2ªGuerra Mundial (1939-1945) que, na condição de membros permanentes, contam com o poder de vetar as decisões da maioria – os Estados Unidos, a Rússia, a França, a Inglaterra e a China.

O Brasil, a rigor, assume uma das duas vagas latino-americanas, aquela deixada pelo México, que atuou no período 2002-2003. Por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a estratégia que será conduzida pelo embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg, estará em sintonia com o principal parceiro do País no Mercosul (Mercado Comum do Sul). O governo argentino designará um diplomata para acompanhar os trabalhos.

Essa tentativa de ampliar a representatividade do País será complementada com a tendência a um estreito contato com o Chile e com Angola, que continuam no conselho.

Parceiros – No dia-a-dia, entretanto, o Brasil deverá se aliar a diferentes parceiros, conforme os interesses e as posições sobre os temas em avaliação. A França e a Alemanha expressaram o interesse de trabalhar com o Brasil no conselho em temas relativos à reconstrução e democratização do Iraque, a solução dos conflitos entre Israel e a Palestina e questões africanas, entre outros.

Os Estados Unidos ainda não deixaram claro o que esperam da participação do Brasil. Em princípio, o Itamaraty pretende valer-se dessa atuação no conselho como meio de defender a incorporação do Brasil aos sócios permanentes.

Em plena campanha mundo afora no último ano, o Brasil conta com o declarado da França, da Rússia e da Alemanha, que também ambiciona a elevação de seu status. A dificuldade, entretanto, poderá vir da Argentina que o Brasil pretende cativar desde já.




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