Memória Titulo
Nasce o campus da Fundação Santo André

Há 42 anos, nesta data, pioneiros da Fundação Santo André deviam estar num corre-corre danado cuidando dos detalhes

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
15/06/2010 | 00:00
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Há 42 anos, nesta data, pioneiros da Fundação Santo André deviam estar num corre-corre danado cuidando dos detalhes para a inauguração dos três primeiros edifícios do Núcleo Universitário, no Sítio Tangará. Núcleo Universitário, em letras maiúsculas, pronunciado assim, de boca cheia e toda felicidade do mundo. Santo André ganhava um Núcleo Universitário, que pelas décadas seguintes, até hoje, formaria tantos e tão qualificados profissionais nas mais variadas áreas.
A inauguração foi em 18 de agosto de 1968, às 14h30. Um lindo convite foi distribuído, com a ilustração que reproduzimos hoje. Muito provavelmente, pela importância da obra e pela beleza do convite, muitos guardaram o seu, mas coube ao professor Oscar Garbelotto, de São Caetano, nos repassar o documento para divulgação aqui em Memória. Obrigado, amigo Oscar, por mais esta prova de confiança.
Vejam lá, alunos e professores, diretores, mestres e doutores de hoje, o que era a Fundação Santo André em 1968, quando da inauguração do seu campus. Um dos núcleos abrigaria a Faculdade Municipal de Ciências Econômicas e Administrativas; outro núcleo destinou-se à Faculdade Municipal de Filosofia, Ciências e Letras; por fim, o Centro Eletrônico de Processamento de Dados, uma das sementes, sem dúvida a mais importante, da informatização no Grande ABC, que se desenvolveria lenta até atingir os patamares de hoje.
O convite que Garbelotto nos entregou traz o nome do prefeito Fioravante Zampol, o grande responsável pela obra.
O 18 de agosto se aproxima. Cabe à FSA de hoje lembrar uma vez mais a data, fazendo a justiça de sempre a quem merece: Zampol, professor emérito Nelson Zanotti e todos aqueles idealistas que pensaram a Educação universitária do nosso Grande ABC.


A Copa na História

O Brasil entra em campo nesta hoje pelo Mundial da África do Sul. O que nos faz lembrar da terceira Copa do Mundo, disputada em 1938.
O Grande ABC de 72 anos atrás reunia uma colônia importante de italianos e seus descendentes. Nem se falava em televisão. O rádio era a sensação. Não tínhamos emissoras locais, mas vários serviços de alto-falantes, entre os quais um em Santo André chamado Rádio Reclame, que anuncia: vai retransmitir os jogos da Itália.
Como? Entrando em cadeia com uma emissora de São Paulo que hoje não existe mais: Rádio Cruzeiro do Sul. A iniciativa partiu do gerente técnico da Rádio Reclame, Alfredo Grecco.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 15 de junho de 1980

Manchete - Vaticano divulga o itinerário oficial do papa João Paulo II no Brasil; Aparecida vive clima de expectativa.

Editorial - O papa deve ficar acima dos problemas.

Saúde - Milhares de crianças recebem a vacina Sabin; a população do Grande ABC compareceu maciçamente ontem nos diversos postos de vacinação.

Divisas - Ribeirão dos Meninos terá nova ponte em 90 dias entre São Caetano e São Paulo junto à Avenida Presidente Wilson.

Juninas - Chácara 3 Lagos (ex-Aranamy), em São Bernardo, promove festa junina com a presença do Controle Remoto e do Musical Zorbha.

EM 15 DE JUNHO DE...

1934 - Fundada a Corporação Musical Lira de Mauá, a mais antiga da cidade, uma das mais antigas em atividade no Grande ABC. Daniel Bruzamolino foi seu primeiro maestro.

MUNICÍPIO PAULISTA

Piquete emancipou-se de Lorena e foi instalado em 15 de junho de 1891.

HOJE

Dia do Paleontólogo.

Crônica do Zizá

Bosque do Kowarick
Texto: Eliziário Firmo de Lima

O bosque ficava na Rua Coronel Alfredo Flaquer, compreendendo o quarteirão formado pelas Ruas Siqueira Campos, Lourenço Rondinelli, Coronel Alfredo Flaquer e Fernando Prestes. Todo ele era constituído de mata nativa. Na esquina da Fernando Prestes com a Lourenço Rondinelli ficava a casa do proprietário da Fábrica de Casimiras Kowarick, Sr. Alberto Kowarick, um palacete do qual ainda restam vestígios.

Trabalhadores
Nascem em 15 de junho:
1911 - João Veladouro. Natural de Málaga, Espanha. Sócio nº 283 do Sindicato dos Químicos do ABC. Destilador da Rhodia Química. Residência: Rua do Centro, 551.
1913 - Anna Simão Cavaline. Natural de Budapeste, Húngria. Sócia nº 61 do Sindicato dos Químicos do ABC. Lavadeira da Atlantis do Brasil. Residência: Rua Rio Grande, 101.
1921 - Attilio Scarpinelli. Natural de Jundiaí. Sócio nº 578 do Sindicato dos Químicos do ABC. Operário da Atlantis. Residência: Rua Maria, Mauá.
1922 - Franz Dittmann. Natural de Starvesken, Alemanha. Sócio 1.117 do Sindicato dos Químicos do ABC. Analista da Fábrica de Ácido São Caetano. Residência: Rua Saldanha da Gama, 180.
1923 - Angello Rabelo. Natural de Campinas. Sócio nº 280 do Sindicato dos Químicos do ABC. Servente de embalagem da Rhodia Química. Residência: Rua das Goiabeiras.
Fonte: 1º livro geral de registro dos associados do Sindicato dos Químicos do ABC.

FALECIMENTOS

Com 20 anos, Antonio de Oliveira Garcia deixou sua terra natal para tentar a vida no Grande ABC. Era 1954. Radicou-se em Mauá, trabalhou na antiga Porcelana Real, hoje Porcelana Schmidt. Em seguida, ingressou na Isam, ali permanecendo por longo tempo. Era o tempo das grandes greves dos metalúrgicos.
Constituiu família em Mauá: a esposa Ana dos Santos Garcia, as filhas Joana Bergamaschi e Aparecida Donato. A chegada dos netos: Allisson, Elysson, Letícia e Otávio. Mas nunca esqueceu o interior, para lá retornando nos últimos anos de encontro ao verde, canários, rolinhas, tucanos e tantos pássaros mais. Protegeu e amou a natureza, conforme conta a filha Joana.
"Meu pai foi um homem bom, simples, calmo e manso de coração. Cumpriu 55 anos de um casamento feito de companheirismo, amor e dedicação à minha mãe, a mim e minha irmã. Deixou o exemplo de dignidade e integridade. Tentamos passar para nossos filhos o exemplo de um homem maravilhoso que ele foi", completa Joana.
Antonio de Oliveira Garcia partiu aos 76 anos. Está sepultado no cemitério de Ouro Fino (MG), juntamente com os pais e avós. Adorna sua sepultura um texto de que muito gostava: "A terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como sangue que une uma família".




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