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Guerra fria na Câmara de São Bernardo
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/12/2017 | 07:00
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O clima é de guerra fria na Câmara de São Bernardo, envolvendo o presidente da Casa, Pery Cartola (PSDB), demais vereadores e até mesmo funcionários. Pery, desde o começo do ano, implementa agenda de corte de gastos, com qualificação dos postos de trabalho no Legislativo. Ele defende a extensão de vagas para pessoas com Ensino Superior completo, o que tem desagradado os parlamentares. Os vereadores, por exemplo, boicotaram o evento de segunda-feira, quando Pery anunciou a devolução de R$ 14,5 milhões à Prefeitura. Essa atividade, por sua vez, causou rebuliço entre os servidores, que estão sem reajuste salarial. Outros temas que estremecem as relações são a implementação de ponto eletrônico, redução do valor do contrato de frota de veículos oficiais e até mesmo mais cortes de assessores por gabinete.

BASTIDORES

Preconceito
O Comads (Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual) de Ribeirão Pires anunciou que vai acionar judicialmente a munícipe Bárbara de Souza Machado, que, na semana passada, utilizou a tribuna da Câmara para criticar a ideologia de gênero. “Nós nascemos da união de um homem com uma mulher, e nós temos um sexo. Se nós, adultos, temos dificuldade em lidar com a nossa sexualidade, quem dirá uma criança. Em muitos países já não se falam menino ou menina, o termo utilizado é ‘it’, coisa. Se eu sou algo, sou uma coisa, então significa que se eu quiser fazer sexo com um cachorro, isso é natural, ou se eu decido, na minha cabeça desconstruída, cheia de imagens e informações desconstruídas, fazer sexo com cadáveres, isso é natural. A ideologia de gênero propõe muito mais do que fazer sexo com uma outra pessoa do mesmo sexo. Então, se eu sou um adolescente de 14 anos e aprendo que sou uma coisa e vou construir a minha sexualidade, então, se eu quiser fazer sexo com um bebê, isso é normal”, disse ela. Bárbara foi convidada pelo líder do governo na Casa, Silvino de Castro (PRB), a expor sua opinião e o vereador foi extremamente criticado.

Diz ao povo que fico
O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), assegurou, em entrevista à Rádio ABC, que não sairá candidato a deputado no ano que vem. “Fui eleito para ser prefeito e vou cumprir meu mandato”, garantiu. Porém, nos bastidores, muita gente aposta que o verde pode, de última hora, anunciar que vai concorrer a uma das 84 cadeiras na Assembleia Legislativa.

Cida na mira
Por falar no prefeito Lauro Michels (PV), articuladores do chefe do Executivo de Diadema trabalham intensivamente para que a ex-vereadora Cida Ferreira (PMDB) vá para o governo de forma oficial. Ela foi candidata a vice na chapa liderada por Vaguinho do Conselho (PRB), que, no pleito, foi o principal opositor de Lauro. Mas o clima de guerra ficou no passado, tanto que até mesmo Vaguinho tem dialogado com o prefeito.

Mais 60 dias
Vereador mais votado em Santo André em 2016, Roberto Rautenberg (PRB) voltou a pedir licença do cargo, por mais 60 dias. Ele está fora da Casa desde agosto, alegando problemas de saúde. Porém, aos demais colegas do Legislativo aponta desgosto com os trabalhos na Câmara e que quer focar em atividades econômicas particulares.

Caiu – 1
Marcio Colombo foi demitido da Prefeitura de Santo André. Ele atuava como assessor no gabinete no governo do prefeito Paulo Serra (PSDB), mas caiu depois de criticar publicamente a atualização da PGV (Planta Genérica de Valores), que serve de base de cálculo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

Caiu – 2
Colombo é um dos líderes do MBL (Movimento Brasil Livre) em Santo André. Pelas redes sociais, questionou o fato de os vereadores, na sessão de terça-feira, aprovarem o limitador de aumento do IPTU – residências terão, no máximo, reajuste de 50%. Assim que a postagem na internet foi feita, vereadores da base cobraram o prefeito. 




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