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Ozzy desfila clássicos em SP
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
04/04/2011 | 07:00
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Marcelo Rossi/T4F/Divulgação


Nem a chuva torrencial que caiu na cidade de São Paulo na noite de sábado foi capaz de diminuir o entusiasmo das cerca de 30 mil pessoas que lotaram a Arena Anhembi. O motivo é a lenda chamada Ozzy Osbourne. O músico voltou à Capital para divulgar Scream, seu 10° trabalho de estúdio, e pincelar preciosos clássicos de toda a carreira.

A abertura da noite ficou a cargo de Sepultura. Durante uma hora de show, a banda liderada pelo guitarrista Andreas Kisser ousou e tirou do fundo do baú canções como Arise, Dead Embrionic Cells. Até Escape To The Void, do terceiro álbum, Schizophrenia, não faltou ao repertório.
Mas o que todos queriam mesmo ver era o príncipe das trevas. Com pontualidade britânica, Ozzy deu o ar da graça às 21h30.

Com camisa preta de mangas longas estampada por uma cruz, o vocalista entrou sozinho no palco, saudou seus súditos e já sacou do bolso o clássico Bark At The Moon, do disco homônimo, para a loucura dos fãs. Em seguida, apresentou o novo disco com a faixa Let Me Hear You Scream. De refrão pesado e pegajoso, foi a única do novo trabalho apresentada no show.

Enrolado em uma bandeira do Brasil, Ozzy perguntou: "Vocês sentiram a minha falta?". E então veio a sombria introdução de teclado anunciando, para a loucura de todos, o petardo Mr. Crowley, registrada em seu primeiro disco solo.

Nas costas, Ozzy carrega, além dos 62 anos e de discografia invejável, o excesso de loucura de todos os anos de rock. Mas tanto para os fãs como para o vocalista, seu andar lento e as costas pouco curvadas não abalaram a presença de palco do lendário vocalista. Carismático, o ex- Black Sabbath brincou o tempo todo com a plateia.

Uma mangueira que ficava sempre ao seu lado, serviu para encharcar o pessoal da grade com espuma, e Ozzy ainda avisou: "Não continuo (o show) se não escutar vocês". I Don't Know, também de seu primeiro álbum solo, antecedeu o primeiro clássico do Black Sabbath no show. Fairies Wear Boots serviu para mostrar um pouco do poder de fogo de sua antiga banda.

Outra do início da carreira solo foi Suicide Solution. O novo guitarrista Gus G, no lugar de Zakk Wilde, tirou fumaça da guitarra durante os belos solos. A banda entrosada, que ainda conta com o tecladista Adam Wakeman, o baixista Rob Blascko e o ótimo baterista Tommy Clufetos, deixou claro o carinho que tem e o prazer em tocar com um dos nomes mais importantes do rock.

Road To Nowhere, presente no álbum No More Tears, fez a Arena toda cantar o refrão junto de Ozzy. Para quem achou que o músico havia esquecido de mais músicas do Black Sabbath se enganou. As sirenes anunciaram a pesada War Pigs, e os fãs cantaram a canção de ponta a ponta, inclusive os solos de guitarra.

Ozzy apresentou a banda e surpreendeu a todos com a música Shot In The Dark, canção que há anos não era incluída no setlist. O show teve direito a solo de guitarra, Gus G conquistou os presentes tocando o clássico choro Brasileirinho na guitarra.

Surpresa, a instrumental Rat Salad, também do Black Sabbath, serviu para dar tempo a Ozzy recuperar o fôlego. Ao final da canção, o bumbo da bateria chamou Ozzy de volta ao palco para que encarnasse Iron Man, um dos maiores clássicos de sua antiga banda.

Durante a canção Ozzy brincou com o episódio em que mordeu um morcego de verdade - jogado por um fã -, mas desta vez o morcego que Ozzy mordeu e jogou ao público era de borracha. O músico ainda presenteou os fãs com as músicas I Don't Want To Change The World e Crazy Train, com seus riffs poderosos de guitarra.


Mas o momento mais emocionante do espetáculo Ozzy havia guardado para o fim. Ele tirou o pé do freio, diminui o peso e puxou da manga a belíssima Mama, I'm Coming Home. Na composição, escrita para sua esposa Sharon, Ozzy mostrou delicadeza ao cantar.

Cantada em uníssono debaixo de chuva mais fraca, e com solo de guitarra de tirar o fôlego, Mama, I'm Coming Home foi capaz de arrepiar até o mais sério dos presentes naquela noite. Para encerrar, Ozzy mandou Paranoid, outro clássico do Black Sabbath.


No palco, Ozzy não trouxe parafernalha alguma, apenas pano de fundo preto e amplificadores. O músico, que brincou todo o tempo, jogou água no público, se molhou, e pediu para que os fãs gritassem e batessem palmas, deixou claro que ama o que faz e que as pratas da casa são, além de seu poderoso nome, seu carisma e suas canções únicas.




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