Num mundo que já parece ter sido apresentado a todas as vanguardas artísticas imagináveis, sobrou ainda alguma inédita, que possa se estabelecer como novidade real? Esse é um dos questionamentos das palestras que o historiador britânico Timothy J. Clark ministrará terça e quarta-feira no Centro Universitário Maria Antonia (r. Maria Antonia, 294, São Paulo. Tel.: 3255-7182). Com tradução simultânea, ambas as conferências têm início marcado para as 19h30, com entrada franca e distribuição de senhas para a platéia a partir das 18h.

Formado em história da arte pela Universidade de Londres e com passagens como docente por Harvard, Leeds e Califórnia, T.J. Clark fala amanhã sobre A Modernidade e seus Inimigos. Em debate, a nova ordem social e política do mundo, centralizada no braço-de-ferro entre os artífices do imperialismo norte-americano e seus opositores islâmicos. Ideológica e militarmente desigual, o embate será observado a partir de sua influência num ideal vanguardista até então desconhecido.

Já na quarta-feira, o historiador destrincha o tema Em Defesa do Expressionismo Abstrato: Subúrbio em Havana, de Willem De Kooning. A conferência se debruça sobre as peculiaridades de um movimento que ganhou impulso pelas mãos de artistas como Jackson Pollock (1912-1956) e Willem De Kooning (1904-1997) nos Estados Unidos: justamente o expressionismo abstrato, germinado em Nova York entre os anos 1940 e 1950 e que teve entre seus rendimentos, por exemplo, a action painting (pintura elaborada com máxima interação física entre artista e suporte da obra). A tela Subúrbio em Havana, feita por De Kooning instantes depois da revolução cubana que concedeu o poder a Fidel Castro (1959), orienta os apontamentos de T.J. Clark.