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Sucessão é desafio de empresa familiar
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/09/2008 | 07:05
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Um planejamento bem feito da sucessão no comando de empresas familiares pode garantir a longevidade dessas companhias no mercado. A avaliação é de consultores, que vêem nessa questão um dos desafios que muitos pequenos empreendimentos enfrentam.

Estudo do Sebrae mostra que, entre os motivos de fechamento de uma micro e pequena empresa, estão, além da falta de capital (25%), problemas de administração e planejamento (11% dos casos), problemas particulares - que incluem a sucessão - (11%) e de relacionamento com os sócios (9%).

Planejar a troca de comando significa pensar nos preparativos para que membros da família - de preferência aqueles que participam do dia-a-dia empresarial - assumam os negócios, segundo o consultor de orientação empresarial do Sebrae, Gilberto Rose.

Rose alerta que nesses preparativos estão incluídas questões básicas a serem enfrentadas, como separar os negócios e a vida da família - não apenas em relação à retirada de recursos do caixa, mas também referentes ao relacionamento. "Não se pode confundir as contas da casa com as da empresa e também não se deve levar os problemas do lar para o ambiente de trabalho", afirma.

É importante ainda saber lidar com os conflitos familiares e com a resistência a mudanças, avalia a consultora Valciria Serra, do Instituto EcoSocial, que recentemente ministrou palestra na sede da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André sobre o tema da gestão de empresas familiares.

MUDANÇA - Valciria considera que, no planejamento para a sucessão, vale a pena discutir de que forma as pessoas foram colocadas nos cargos em que estão, a trajetória dentro da organização, o relacionamento com as equipes e a maturidade que possuem nessas funções.

A consultora explica que pode se traçar planos para o desenvolvimento individual dos familiares na corporação. Ela cita ainda que se deve debater a própria maturidade da organização (a empresa), se há muita concentração do processo decisório nas mãos do fundador e os valores e a visão de futuro da companhia - ou seja, como os administradores esperam que a companhia esteja daqui a dez ou 20 anos.

Na avaliação do diretor titular do Ciesp de Santo Ande, Shotoku Yamamoto, a questão do planejamento da sucessão ainda é pouco enfrentada no País. "O empresário brasileiro, com raras exceções, ainda comete o erro de usar a empresa apenas como meio de sobrevivência, sem pensar no futuro", disse.




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