Política Titulo São Bernardo
‘A situação está pior do que imaginávamos’

Morando cita R$ 143 mi em restos a pagar,
dívida de R$ 2 bi e receita superestimada

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
03/01/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Em seu primeiro dia útil à frente da Prefeitura de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) revelou que inicia gestão com restos a pagar na ordem de R$ 143,4 milhões deixados pelo governo do ex-prefeito Luiz Marinho (PT). O saldo não contabiliza pendências com precatórios e dívidas com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que, se somados, totalizam passivo de R$ 2 bilhões.

Morando também apontou que o Orçamento está superestimado. Marinho avaliou que o município arrecadaria R$ 4,6 bilhões na administração direta, mas, nas contas do tucano, a receita não passará de R$ 3,2 bilhões, deficit de R$ 1,4 bilhão ou 45% a menos do a meta projetada pelo petista.

“Trata-se de uma situação pior do que imaginávamos. Esta dívida (de R$ 143 milhões) não está consolidada. Há empenhos que não foram localizados”, discorreu o tucano. Morando apontou que o petista superestimou crescimento no recolhimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) no patamar de 10%.

O balanço financeiro foi apresentado por Morando, ao lado do secretário de Finanças, José Luiz Gavinelli, do vice-prefeito e secretário de Serviços Urbanos, Marcelo Lima (SD) e do presidente da Câmara, Pery Cartola (PSDB).

Diante do quadro adverso, Morando prometeu revisar o pacote de austeridade financeira, que apresentaria ontem, detalhando que vai dar “mais arrocho em determinados itens”. “Devemos anunciar novas medidas até quarta-feira (amanhã). Preciso fazer um encontro do orçamento verdadeiro com dívida para ser paga. São ações de proteção que possam garantir o funcionamento da cidade e folha do pagamento”, pontuou.

Na semana passada, Morando e Marinho concordaram em não apresentar números da administração. Porém, discordaram sobre o poder de investimento, após o petista falar que o cenário “é favorável”.

Desde o período eleitoral, o tucano prometeu ajustes ficais, chegando a anunciar poderia provocar um superavit de R$ 100 milhões por ano com contingenciamento de 30%. “Vou correr atrás desta meta. Ficou mais difícil, porque a cada descobrimos surpresas desagradáveis”, acrescentou Morando.

NO ESCURO
No primeiro dia do tucano no Paço faltou energia durante o período da tarde e depois no começo da noite por causa de chuva que atingiu a cidade. O fato fez com repórteres subissem de escada 18 andares (onde fica situado o gabinete do prefeito) para a entrevista coletiva. O trajeto foi completado em aproximadamente 20 minutos e levou muitos à exaustão.

Logo às 6h, Morando liderou o programa Nova São Bernardo, que prevê série de serviços, nos bairros da cidade, como podas, jardinagem, limpeza. A primeira intervenção ocorreu na Estrada Galvão Bueno, no bairro Batistini, reduto do novo prefeito. 




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