Política Titulo São Caetano
Auricchio aponta medidas urgentes diante de crise

Equipe de transição critica falta de informações
de Pinheiro e elenca descontinuidade de programas

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/12/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


A equipe montada pelo prefeito eleito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), formatou ontem relatório prévio com síntese da situação encontrada na cidade e aponta “medidas urgentes” logo nos primeiros dias da próxima gestão, reiterando que, mesmo diante do quadro de crise, as reuniões de transição com a gestão Paulo Pinheiro (PMDB) de fato não existiram até hoje. O documento menciona que a falta de informações impossibilitou elaborar como desejado o planejamento de ações do mandato, coletando notícias e dados das publicações oficiais do Paço e do TCE (Tribunal de Contas do Estado), com decisões “que colocam em risco a prestação e a qualidade de serviços”.

Um dos procedimentos elencados é a transferência das férias de todos os funcionários públicos e terceirizados para o próximo ano, centralizando o afastamento em 9 de janeiro, no sexto dia útil após a posse. O grupo do tucano justifica que a ação na Educação, por exemplo, visa “não retardar o início das aulas e comprometer o calendário escolar”. Na Saúde, alega-se que a concentração das férias em um mesmo período “causará sérias dificuldades na elaboração das escalas de trabalho nos hospitais e demais postos de atendimento”.

A ala ligada ao tucano destaca ainda atraso nos exames clínicos já agendados no setor. Pontua fila de 5.405 na ultrassonografia, 1.198 para ultrassom com doppler, 1.445 de tomografia e 1.133 na de ressonância magnética. “Tudo indica que o novo governo encontrará uma situação ainda mais crítica no desabastecimento de materiais e medicamentos para dispensação aos munícipes nas farmácias das unidades, bem como aos pacientes internados nos hospitais municipais, implicando em risco à vida e à qualidade de atendimento aos usuários. Isso exigirá ações de impacto da nova gestão para solucionar o problema em curto prazo”, discorreu.

O documento frisa também atraso nos pagamentos a fornecedores, com risco de paralisação de serviços essenciais, assim como locação e manutenção de equipamentos, entrega de leite, telefonia, serviços de limpeza pública, além de descontinuidade na prestação de serviços por intermédio dos programas sociais. “O cartão alimentação, utilizado na compra de alimentos pelos munícipes cadastrados, já está suspenso desde 15 de outubro, sem previsão de retomada. A mesma situação se observa no auxílio-medicamento e outros programas de transferência de renda”, menciona, ao citar que a situação “demandará um longo período para normalização”.

A disputa jurídica envolvendo o comando da Prefeitura tem afetado a transição, o que é considerado a formação de um inexistente segundo turno do pleito no município. Tanto Auricchio quanto Pinheiro nomearam grupos próprios para desenvolver a troca de informações, só que existem críticas de ausência de envio de dados. Nos bastidores, há relatos de que parte da cúpula do Palácio da Cerâmica ainda acredita em reverter o deferimento da candidatura de Auricchio no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que, por isso, não tem disposição em destravar esse processo.

O Diário noticiou que o PMDB local contratou o ex-ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) José Eduardo Cardozo (PT) para defender Pinheiro em Brasília. Procurado, o governo peemedebista não se pronunciou sobre a situação.
(colaborou Júnior Carvalho) 




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