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Série Brasilândia deve ir ao ar pela Globo no 2º semestre
Por Diogo de Oliveira
Da TV Press
23/03/2006 | 08:20
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Quatro jovens mulheres negras do subúrbio paulistano e o sonho de se tornarem famosas cantoras de rap. É assim o enredo da série que a O2 Filmes e a Coração da Selva produzem e que a Globo pretende exibir no segundo semestre deste ano. A inspiração veio do terceiro longa-metragem de Tata Amaral, Antônia, que narra a história de um grupo de hip hop formado por Preta, Bárbarah, Lena e Mayah, adolescentes que lutam contra o machismo e o preconceito para brilharem nos palcos das casas de shows de São Paulo. A fórmula de Brasilândia – nome provisório da série – será a mesma utilizada em Cidade dos Homens, seriado também produzido pela O2, entre 2002 e 2005, e que agradou ao público pelo realismo das cenas. “A idéia da adaptação do filme neste primeiro momento é falar das meninas e suas batalhas para sobreviver. Agora, o tema pode ser aberto. Não fica restrito ao roteiro do longa”, sintetiza a criadora de Antônia, Tata Amaral.

Na série, a idéia dos produtores é mostrar o cotidiano real de uma favela da periferia de São Paulo. Ambientado na Vila Brasilândia, situada na Zona Norte da cidade, o longa-metragem inspirador do seriado narra a trajetória de Preta, uma menina de 17 anos que mora na favela com sua filha de 4 anos. Após romper o namoro com o pai da criança, Preta vai morar com a amiga Bárbarah, lutadora de kung fu que tem sua carreira interrompida quando é presa por espancar um garoto. As adolescentes começam a fazer bicos e compor letras de hip hop quando, após uma participação em show do grupo O Poder, resolvem se juntar às amigas Lena e Mayah, para montar o grupo feminino de rap.

Sem espaço nem dinheiro para investir em música, as quatro meninas conhecem Marcelo, produtor interpretado pelo rapper Thaíde, que as leva para fazer show em festas e bares nas áreas nobres da capital paulista. “Com certeza a série vai ter esse tom mais realista. Os episódios tratarão de temas mais livres, porém dentro do contexto da trama e não necessariamente amarrados ao longa-metragem”, afirma Andréa Barata Ribeiro, produtora do seriado e diretora da O2 Filmes.

Conhecida nacionalmente depois de gravar participação na música Não É Sério, da banda Charlie Brown Jr., Negra Li é a intérprete de Preta, protagonista do filme de Tata Amaral, Antônia. A cantora de rap teve seu primeiro momento de brilho no cenário musical brasileiro no ano passado, quando ganhou o prêmio de Melhor Clip de Rap com a canção Exército do Rap no VMB 2005, premiação anual da MTV. Além de Negra Li, estão no elenco principal do filme Leilah Moreno, cantora do programa Altas Horas, da Globo; MC Cyndi, cantora free-styler; e Quelynah, bailarina e cantora que produz seu primeiro disco solo. Em Brasilândia, as três viveram Bárbarah, Lena e Mayah, respectivamente. “O filme primeiro apresenta um mundo que a gente não conhece. Depois, nos mostra a periferia de São Paulo do ponto de vista dos moradores. É uma linguagem do cinema que a televisão brasileira está trabalhando”, define Roberto Moreira, diretor da Coração da Selva, produtora do longa-metragem que inspirou a série.

Autora do longa-metragem que será adaptado na série Brasilândia, a paulista Tata Amaral estreou no cinema com o aclamado Um Céu de Estrelas, em 1997. Em Antônia, a idéia da diretora foi mostrar a batalha das meninas pobres do subúrbio de São Paulo e, ao mesmo tempo, a questão do dinheiro como ponte para o sucesso. Com bastante improvisação e um tom documental, o longa-metragem deve entrar no circuito de filmes em cartaz nos próximos meses, porém ainda não tem data de estréia definida. “O longa da Tata Amaral é um imenso parâmetro para a série. Nós usaremos o filme como uma base, capítulo por capítulo”, diz Nando Olival, diretor do primeiro episódio da série.




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