Michelle Pheiffer está grávida. Mas não se trata da atriz californiana, que ganhou fama nos anos 90 na pele da mulher-gato, em Batman, o retorno. É a macaca-aranha-de-cara-vermelha do Zoológico de São Bernardo, que graças a seus belos olhos azuis foi batizada com o nome da musa do cinema americano. O animal é natural da Amazônia e figura entre as espécies que correm risco de extinção. Em São Paulo, só pode ser visto em três zôos - São Paulo, Americana e o de São Bernardo.

A gestação pegou de surpresa seus tratadores. O acasalamento ocorreu no início do ano, em cativeiro, sem qualquer tipo de indução, com um macaco da mesma espécie com quem Michelle convive há sete anos. "Quando o Dunga chegou aqui ainda era um bebezão. Ele atingiu sua idade madura só agora", afirma o veterinário Marcelo Silva Gomes, do zôo de São Bernardo. Apesar de comemorada pelos funcionários, a gravidez traz riscos tanto para Michelle quanto para seu filhote, ainda sem nome.

A macaca tem um mioma no útero, que pode forçar um aborto espontâneo do feto. Outro problema é a malformação de sua bacia, ocasionada por problemas ósseos. "Por conta disso, o parto será por cesária", diz o veterinário do zôo. A data do nascimento será determinada a partir do resultado de uma ultrassonografia que será realizada nesta quinta-feira. O período de gestação dessa espécie gira entre 230 e 240 dias. Apesar da gravidez, Michelle permanece em cativeiro, à mostra para visitação.

Após o parto, ela permanecerá ao lado do filhote. Em caso de rejeição, o macaquinho será encaminhado para o berçário do zôo. Ainda há dúvida quanto a permanência do filhote em São Bernardo. Como a espécie está em extinção, o macaquinho poderá ser transferido para outro zôo para formar um novo casal e poder procriar.