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Cédula de R$ 200 entra em circulação

Com estampa do lobo-guará, moeda visa dar conta de maior demanda por notas impressas

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
03/09/2020 | 00:24
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Divulgação


Começou a circular no País a cédula de R$ 200, que traz a imagem do lobo-guará. O objetivo do BC (Banco Central) é dar conta da demanda de moeda-papel impulsionada pelo aumento dos saques e retirada do auxílio-emergencial, além de evitar o entesouramento – acúmulo de reservas –, que pode gerar recessão econômica. Apesar de a emissão de notas de valores mais altos despertar lembranças amargas, como o fantasma da hiperinflação antes da década de 1990, dificilmente isso irá se repetir, e a única dificuldade deverá ser em relação ao troco.

De acordo com o BC, não há previsão de aumento de inflação, já que o relatório de Mercado Focus divulgado na última semana sinaliza que a previsão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) seja de 1,77% em 2020 – no acumulado do ano, em julho, a taxa era de 0,26%. O Brasil utiliza o sistema de metas para o controle da inflação e não há relação mecânica entre o aumento da quantidade de papel-moeda em circulação e a mudança do índice.

“Apesar de muita gente se assustar e trazer lembranças ruins para o brasileiro que viveu antes do Plano Real (na década de 1980 houve a necessidade de emissão de notas altas, como a de 500 mil cruzeiros, por causa da redução do poder de compra), não há nenhuma relação com isso no momento atual”, disse o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Josilmar Cordenonssi.

De acordo com o BC, o motivo para a criação da nova nota é que desde o início da pandemia ocorreu aumento do dinheiro em espécie, já que guardar pode simbolizar segurança. No fim de março, a quantidade de dinheiro em circulação era de aproximadamente R$ 260 bilhões. Em 17 de agosto, o montante alcançou R$ 350 bilhões.

“O auxílio emergencial atingiu uma população que não tinha conta bancária, por exemplo, e que além disso tem o costume de manter o dinheiro na mão. Muita gente que teve direito de receber o benefício também estava endividada com bancos e acabou sacando o montante para fazer outros pagamentos neste momento de crise”, avaliou Cordenonssi. “O BC decidiu pela impressão de uma nova célula para resolver o problema, já que o custo para imprimir a de R$ 2 ou R$ 200 é o mesmo”, analisou.

A previsão é a de que sejam impressas 450 milhões de cédulas (veja detalhes na arte acima) neste ano.  




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