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Oposição demonstra confiança

Líderes na segunda rodada do DGABC Pesquisas, figuras rivais de atuais gestões celebram números; prefeitos preveem trabalho e mudanças até 2016

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/08/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Na liderança em seis das sete cidades na segunda rodada de levantamento eleitoral do DGABC Pesquisas, a pedido do Diário, a oposição exalta os números obtidos, embora ressalte que os índices são retrato do momento e que, a um ano e dois meses da eleição, muita coisa pode mudar. Os prefeitos que tentarão reeleição se apegam justamente na distância para o pleito para mostrar trabalho realizado à população e reverter tendência de alternância no poder.

Em Santo André, o ex-prefeito Aidan Ravin (PSB), que foi lembrado por 21,8% das intenções de voto em um dos cenários, classifica como “natural” a oscilação negativa e comemora a distância para o atual chefe do Executivo, Carlos Grana (PT). “Precisamos juntar forças para fazer o que o povo pede, que é tirar o PT do poder”. Já Grana – citado por 15,5% pelos entrevistados – acredita que o cenário é “promissor”. “Creio que com as ações de governo estaremos à frente na próxima pesquisa.”

Líder no levantamento em São Bernardo, o deputado federal Alex Manente (PPS) avalia que a elevação no percentual e distanciamento aos rivais têm como fruto o trabalho em Brasília. “Muito feliz com o reconhecimento”. Segundo colocado, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) afirma ter levantamentos internos que indicam situação diferente da apresentada pelo DGABC Pesquisas. “Respeito os números do Diário, mas não existe diferença de 20 pontos entre eu e o primeiro lugar (Alex)”, diz. O popular-socialista alcançou 39,8% da preferência do eleitorado, enquanto o tucano foi lembrado por 20%. O deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), por sua vez, remonta o cenário de 2008 para apontar que o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli – provável nome do PT na eleição – tem capacidade de crescimento. “Na primeira eleição, o prefeito Luiz Marinho (PT), neste período, tinha 3% dos votos e Orlando Morando aparecia vencedor no primeiro turno. Todos sabem como terminou. É muito cedo.”

“Recebo esse apoio de 40,8% da população com muita felicidade, mas, acima de tudo, com humildade. É bom saber que, após três anos do término da nossa gestão, somos lembrados de forma espontânea e com carinho pelo eleitor, a quem agradeço”, diz o ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB), no topo em São Caetano. O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) relata que o segundo lugar é reflexo do passivo herdado.“Vencemos os desafios apresentados pela maior dívida da história política de São Caetano. Com ousadia e planejamento, equilibramos as contas e iniciamos investimentos”. Terceiro colocado, o ex-vereador Gilberto Costa (PEN) celebra. “Levada em consideração a margem de erro (de cinco pontos percentuais), estou empatado tecnicamente com o prefeito Paulo Pinheiro. Isso é importante. Estou muito contente com o resultado, já que não tenho mandato, não tenho cargos a oferecer, não tenho apoio de vereadores, não tenho verba para fazer campanha. Todos os outros têm isso e eu, ainda assim, estou bem colocado.”

Em Diadema, o presidente do diretório do PT e ex-prefeito, Mário Reali, observou que os índices demonstram que o prefeito Lauro Michels (PV) terá “muita dificuldade para se reeleger”. “Os números são resultado do que ele (Lauro) não fez”, pontuou o petista. Na cidade, o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) lidera. “Os dados estão bons. Se já aparecesse na frente traria o clima de ‘já ganhou’, o que acomodaria”, pondera Lauro.

A deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), no topo em Mauá, diz que os números vêm em momento especial pessoalmente, já que está próxima a dar à luz sua segunda filha. “Tenho cenário de pré-candidatura colocada e a pesquisa anima muito”, afirma ela, que pede união da oposição. Segundo colocado, o deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB) credita a elevação eleitoral ao mandato na Assembleia Legislativa e ao sentimento de mudança que, segundo ele, seu trabalho tem capitalizado. “Sobre a queda do atual prefeito (Donisete Braga, PT), não quero polemizar, mas pode ser reflexo de algumas mudanças no secretariado que ele fez recentemente”. Donisete não retornou aos contatos da equipe do Diário.

À frente em Ribeirão Pires, o ex-prefeito de Rio Grande da Serra Adler Kiko Teixeira (PSC) pondera que o cenário é prematuro, mas revela que já tem tudo pronto para mudar domicílio eleitoral e entrar na briga na cidade vizinha. “Vejo com tristeza hoje Ribeirão, um município onde sempre estive, ser protagonista de coisas tão negativas”. Ex-prefeito de Ribeirão e na vice-liderança, Clóvis Volpi (PTB) também comemora lembrança mesmo ele não estando em campanha. “Minha posição é boa”, diz, para, na sequência, ironizar o atual prefeito Saulo Benevides (PMDB), quarto colocado na sondagem e longe do protagonismo. “Ele melhorou bem, subiu dois pontos (de 7% para 9,3%). Talvez consiga se reeleger em 2020 ou 2030”. Saulo, por sua vez, exalta sua subida e o levantamento espontâneo – ele foi citado por 5,5% dos entrevistados. “Muita coisa vai mudar. Governos têm de ser avaliados no fim de mandato.”

Rio Grande da Serra é a única cidade da região a, por enquanto, reconduzir o prefeito ao comando. Por isso, Gabriel Maranhão (PSDB) demonstra confiança. “Tenho pés no chão, mas muita felicidade. Faltam palavras para expressar. Vamos continuar trabalho sério”. Rival, o ex-vereador Claudinho da Geladeira (PT) também celebra os dados. Para ele, estar tecnicamente empatado com o tucano depois de momentos de incerteza demonstram a força da campanha petista. “Muito se falou que eu não era candidato, o outro lado levando apoiadores nossos, e estamos aí. Estou feliz para caramba e sei que a eleição em Rio Grande vai ser muito disputada, que nem um Fla-Flu.”




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