Ricardo Silva Rodrigues, 26 anos, assessor de gabinete do vereador Marcelo Lima (PPS), de São Bernardo, foi preso na madrugada de ontem por roubo. Ele era procurado pela Justiça após ser condenado pelo crime, cometido em 2004.

A polícia descobriu que Ricardo era foragido quando investigava o roubo da moto dele, uma Honda CB 300R, ocorrido na quarta-feira. Na ocasião, ele levou um tiro no braço esquerdo tentando se livrar de dois criminosos em uma Honda Twister.

Rodrigues foi levado ao Pronto Socorro Alvarenga. Depois, transferido para Pronto Socorro Central, onde ficou internado até a noite de anteontem quando sua moto foi localizada na Rua Reinaldo Teixeira, no Jardim Telma.

No momento em que era registrado o boletim de ocorrência para devolução do veículo aos parentes de Renato, "constou no sistema da polícia que havia mandado de prisão contra ele, por roubo, expedido pela 4ª Vara Criminal de São Bernardo", explica o delegado do 3º Distrito Policial Frederico Costa Miguel.

"Na quarta-feira, quando a moto dele foi roubada, o mandado ainda não constava no sistema porque foi expedido recentemente", afirma o delegado.

FUGA
Quando policiais voltaram ao PS para dar voz de prisão a Rodrigues, ele havia desaparecido. O assessor seguiu até a delegacia onde seus familiares estavam e foi detido quando tentava entrar em um carro estacionado do outro lado da avenida.

Rodrigues foi levado de volta ao pronto-socorro, de onde recebeu alta no início da tarde de ontem. Ele está detido no 3º DP onde também foi indiciado por resistência à prisão. O assessor deverá ser transferido amanhã para o Centro de Detenção Provisória de São Bernardo.

ROUBO
O roubo pelo qual Ricardo foi condenado aconteceu em 27 de novembro de 2004, quando foram encontradas partes de moto em uma casa na Rua Doutor Cincinato Braga, bairro Planalto, em São Bernardo. Na época, o dono da residência alegou ter comprado o material de Rodrigues - responsável por roubá-la. Na ocasião, Rodrigues não chegou a ser preso e respondeu ao processo em liberdade.

ASSESSOR
O vereador Marcelo Lima (PPS) se mostrou surpreso com a prisão de seu assessor. Quando perguntado pelo Diário sobre o ocorrido, o parlamentar disse desconhecer o caso. "Para mim é novidade. Eu fiquei absolutamente surpreso. Vou tirar essa história a limpo", afirmou. No meio da tarde ontem, o vereador avisou, através de sua assessoria de imprensa, que não iria mais comentar o caso.
Colaborou Marcela Munhoz

Político ficou conhecido por causa do ‘voto fantasma'

Ricardo Silva Rodrigues é assessor parlamentar do vereador Marcelo Lima (PPS), um dos protagonistas do episódio que ficou conhecido como Voto Fantasma. Durante a 26ª sessão extraordinária de 2009 da Câmara de São Bernardo, em 19 de agosto de 2009, o voto do vereador Estevão Camolesi (PTdoB) foi computado no painel, embora ele não estivesse presente.

Imagens flagraram Marcelo Lima debruçado sobre a gaveta da mesa, na qual ficam os dispositivos para votar. Na ocasião, era discutido o adiamento de projeto e o voto extra, decidiu o desfecho: a prorrogação da matéria em questão.

O presidente Otávio Manente foi pressionado pela bancada de oposição a tomar providências. Foi pedido um parecer do episódio a Assessoria Jurídica do Legislativo 15 dias após o ocorrido.

Cerca de 20 dias depois, Manente anunciou que o ato não seria investigado, alegando que "a presidência não tinha competência para apurar ato praticado por vereador" e que "o requerimento não possuia requisitos de denúncia".

A oposição então contou com a denúncia do cidadão Ivan Fontes e requeriu abertura de uma CPI. O pedido foi rejeitado graças a maioria dos votos dos governistas. No dia 14 de outubro, o caso do Voto Fantasma foi arquivado.