O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, informou que há uma "determinação do governo de acelerar os investimentos em infra-estrutura, minorar os efeitos da crise e criar um piso de crescimento da economia brasileira".
No mesmo discurso, na abertura do Simpósio Internacional Perspectivas do Desenvolvimento para o Século 21, promovido pelo Centro Celso Furtado, no BNDES, avaliou que, "provavelmente, a saída dessa crise será difícil e lenta".
A declaração referente à crise mundial contrasta com as feitas pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, Miguel Jorge, na quarta-feira, de que no Brasil o pior já teria passado.
Coutinho justificou que "os sistemas bancários internacionais operavam com níveis de alavancagem muito altos e terão que passar por processo de desalavancagem que tomará muito tempo e que poderá, no percurso, produzir outras dificuldades financeiras".
Na visão dele, "estamos em um momento extraordinário em que as economias avançadas estarão mergulhadas em uma recessão cuja duração e intensidade ainda é difícil de avaliar".
Por outro lado, observou que as economias em desenvolvimento têm mais peso no comércio e na liquidez internacional, algumas "com reservas muito expressivas" e mercados internos fortes e oportunidades no setor de infra-estrutura. "Estamos em uma situação inédita em que a periferia pode ajudar o centro, e não o contrário", afirmou.
Coutinho ressaltou a importância do emprego como propulsor do mercado doméstico no Brasil. "O crescimento do emprego pode desacelerar, mas não pode despencar", disse.
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