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Bric deixa de ser sigla e vira um grupo

Representantes do Brasil, Rússia, Índia e China formalizaram o bloco para enfrentar o G-7

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17/05/2008 | 07:09
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Apesar de ter caído na graça do vocábulo economês, Bric era apenas a sigla com as iniciais dos países emergentes que o banco de investimento Goldman Sachs havia apontado como os candidatos à motores da economia mundial até 2050. Hoje, com a consagração da sigla e do crescimento de Brasil, Rússia, Índia e China, Bric se transformou em uma aliança formal, que pretende ganhar espaço político e até fazer frente ao G-7.

"O grupo se assumiu", afirmou o chanceler Celso Amorim após participar na Rússia da primeira reunião de chanceleres dos quatro países.

Com a formalização do grupo, Amorim já alerta que o G-7, união das economias mais industrializadas do planeta, não tem mais como tomar decisões sem ouvir o Bric. No comunicado final da reunião, o bloco concordou em coordenar ações em vários setores econômicos e políticos, com o objetivo de se transformar em um ator nas decisões internacionais.

"Montar um sistema internacional mais democrático fundado no império da lei e em uma diplomacia multilateral é um imperativo do nosso tempo", afirmaram os ministros das Relações Exteriores dos quatro países.

Em declarações de que querem fazer parte do debate sobre a segurança internacional, os quatro países "confirmaram as aspirações dos ‘brics' (países que formam o Bric) de trabalharem entre si e com outras nações a fim de fortalecer a segurança e a estabilidade internacionais."

O compromisso envolveu também uma coordenação para tentar lidar com a alta nos preços das commodities.

Amorim optou por criticar os subsídios agrícolas dados pelos países ricos a seus produtores rurais e que estariam gerando distorções no comércio há anos. Para ele, isso acabou afetando a produção nos países mais pobres e agravando a crise dos alimentos hoje.

Já a China, importadora de combustível, atacou os especuladores e pediu uma coordenação entre produtores e os consumidores de petróleo para que a volatilidade dos preços não acabe afetando o crescimento das economias.

Amorim disse que o bloco endossou o etanol como parte de uma estratégia energética mundial. Mas prova de que nem tudo é cooperação entre os países do Bric, Amorim manteve uma conversa difícil com seu homólogo chinês e revelou a "decepção" do Brasil em relação aos níveis de investimento da China no País e das barreiras para as exportações nacionais. Um sinal de que nem todo o discurso de cooperação no Bric tem sua contrapartida na realidade comercial entre as economias.




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