Entre tantas atividades para se fazer nas horas vagas como esportes, música e leituras variadas, eles escolheram estudar Física. Alunos da Emef Leandro Klein vêm se destacando em olimpíadas dessa modalidade. Com um grupo de estudos que se reúne durante 50 minutos, duas vezes por semana, eles já colecionam vários títulos. E isso só funciona por causa da parceria que existe entre a direção da escola, os professores, os jovens e os pais.

“O apoio da família é fundamental, não adianta o trabalho dentro da escola ser intenso se fora daqui eles não tiverem oportunidade de estudar. Essa é a chave do sucesso. Além disso, eles participam do grupo de estudos por interesse e não porque são obrigados”, afirma a coordenadora do Ensino Fundamental 2, Erika Fernandes Ramos de Souza.

Só em 2013, os alunos da unidade participaram de oito torneios, com destaque para a Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas. Os estudantes conquistaram total de cinco medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze.

Um dos destaques que levou ouro para casa é Gabriel Silva Simões, 14 anos. Mesmo não tendo aula de Física – que na grade curricular é obrigatória a partir do 9º ano –, o adolescente começou no grupo de estudos no ano passado, quando estava no 8° ano. “Sempre gostei de Exatas. Quando entrei para o grupo não sabia o que era Física, mas tinha vontade de aprender. No começo era só curiosidade por algo novo, agora estudo muito para ganhar competições além de aprender mais.”

O grupo de estudos na matéria mais temida por boa parte dos alunos surgiu em 2010. São formadas turmas de até 20 alunos. Quem encabeça as aulas são os docentes Marcos Vinício da Rocha e Carina Kelly da Costa Souza, ambos professores de Ciências, que às vezes ficam até tarde na escola elaborando as próximas aulas.

“A gente planeja uma apostila para durar o ano inteiro, mas os alunos se dedicam tanto que no meio do ano já temos de programar uma nova. É essa dedicação que traz os bons resultados nas olimpíadas”, avaliou Carina. Segundo Rocha, habilidades em outras disciplinas também ajudam nas competições. “Seja na interpretação de texto, ou nas contas de Matemática, cada professor desta escola é importante para a boa formação desses jovens.”

A visibilidade dos alunos da Leandro Klein incentivou outras unidades da região a criar grupos de estudo e participar dos torneios. “Hoje a escola pública tem essa força. Se tiver pessoas interessadas e esforçadas, consegue competir de igual para igual com as particulares”, comentou a diretora, Antonieta Aparecida Rodrigues. Segundo ela, a busca por melhor qualidade de ensino não vai parar nas medalhas recebidas. “O jovem precisa ser desafiado, e o grupo de estudos nada mais é do que isso, um desafio a cada aula.”

Apesar dos bons resultados, atrair os adolescentes para estudar não é tarefa fácil. A concorrência é grande. Somente em modalidades esportivas a escola oferece 17 tipos, além de teatro, aulas de espanhol e coral. “Fazer outros esportes é bom, mas no grupo de estudos a gente aprende bastante”, disse João Lucas Dias Alóca, 12, que ganhou medalha de menção honrosa na Olimpíada Paulista de Física.