Além de estarem focadas na produção de veículos, as montadoras da região também estão empenhadas em dar algum retorno às comunidades que as cercam, por meio de ações sociais. Grande parte dessas ações é voltada à educação, ao empreendedorismo e à geração de renda.

É o caso do projeto Costurando o Futuro, desenvolvido pela Fundação Volkswagen, em parceria com a Prefeitura de São Bernardo e a Associação Mundaréu, que está formando o primeiro grupo de 18 empreendedores. Após o período de aprendizado eles criaram a companhia Tecoste (que significa Tecido, Costura e Arte), que tem como principal cliente a própria Volkswagen.

O projeto, que teve investimento de R$ 550 mil da Fundação Volkswagen, doa uniformes usados por funcionários, amostras de tecido automotivo e cintos de segurança para que sejam transformados em outros produtos, como nécessaires, bolsas e aventais. O trabalho envolve gestão administrativa de compras, de estoque, confecção e vendas, tudo feito pela própria equipe, e os integrantes já conseguem complementos de renda de R$ 400 mensais, em média.

Outro projeto semelhante, mas voltado a alunos da rede pública, entre 14 e 17 anos, é o Empresários para o Futuro, do Instituto General Motors. Criado em 1989, o programa foi implementado primeiramente em São Caetano, com uma fábrica de cabides, e nasceu de parceria com a filial brasileira da ONG norte-americana Junior Achievement.

A fábrica de cabides é uma miniempresa na qual os alunos aprendem todas as etapas de funcionamento de uma companhia, desde sua abertura, passando por planejamento, produção e administração, até o fechamento. Os estudantes desempenham funções que existem em uma unidade industrial, que vão desde os postos do chão de fábrica até a presidência.

Segundo Pedro Luiz Dias, vice-presidente do Instituto General Motors, o sucesso da iniciativa foi tão grande que outras unidades da empresa aderiram, como São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Gravataí, Sorocaba e Rosário, na Argentina. Outra iniciativa da General Motors é o projeto Foco (Formação com Competência), criado em 2000 em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. Destinado a preparar jovens para o primeiro emprego e aprimorar o nível técnico, cultural e intelectual dos trabalhadores sindicalizados, o projeto conta com a metodologia do Senai, que oferece cursos de eletroeletrônica veicular, telemarketing, inglês, mecânica veicular, entre outros.

"A General Motors acredita que é um dever estar presente nas atividades comunitárias e damos prioridade a projetos educacionais", enfatizou Pedro Luiz Dias.

Fundação ajuda na formação de professores

 Segundo Conceição Mirandola, diretora da Fundação Volkswagen, o principal objetivo da entidade é ajudar na transformação da sociedade através da Educação. "Temos forte atuação na formação continuada de professores", afirmou. Um dos projetos é o Pró-Educar Brasil, concebido em 2008 para oferecer bolsa de estudos para formação universitária a professores que possuem apenas o magistério em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. "Atualmente há 600 mil professores no País que não se formaram na matéria que lecionam", disse Conceição. A ação é realizada por meio de parceria com a rede de 600 concessionários da marca, o que permite a ampliação a todo o território nacional. "No ano que vem teremos forte atuação no Ceará e na Paraíba", informou.

Entre os projetos voltados para desenvolvimento social está o concurso de projetos sociais VW na Comunidade, que está na quarta edição e, neste ano, já somou R$ 1 milhão em prêmios para ONGs indicadas por funcionários da Volkswagen no País inteiro.