Economia Titulo Terceira idade
Botão de emergência traz mais tranquilidade

Feita sob medida para a terceira idade, a tecnologia alivia a preocupação de idosos e familiares

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
25/11/2013 | 07:10
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Aos 88 anos, a andreense Ilza Graça, caiu no trajeto entre o quarto e o banheiro. Cheia de energia e autossuficiência, a ex-professora de matemática faz questão de morar sozinha. “Eu teria ficado horas no chão e com dor. Mas, foi só apertar o botão que fica na pulseira e na hora as atendentes da central começaram a conversar comigo enquanto avisavam meu sobrinho e providenciavam socorro”, conta Ilza, que nesse acidente quebrou o braço.

O serviço de aviso foi prestado pela Telehelp, empresa brasileira especializada neste tipo de monitoramento de idosos que já atende 144 clientes no Grande ABC. Criado especialmente para atender pessoas de terceira idade que vivem sozinhas, o serviço, pioneiro no Brasil, hoje está em 17 Estados e 213 cidades.

“Tudo começou quando minha mãe caiu sozinha em casa”, conta o fundador da Telehelp, José Carlos de Vasconcellos, 46 anos, engenheiro formado pelo Instituto Mauá de Tecnologia. “Essa queda me deixou preocupado. Como trabalhava com tecnologia em monitoramento de segurança, passei a pesquisar formas de cuidar da minha mãe a distância”, conta Vasconcellos.

A pesquisa o levou a descobrir um mercado que já é muito desenvolvido nos Estados Unidos e na Europa. “Rapidamente percebi o potencial. Hoje em dia, cada vez mais, as pessoas tendem a morar sozinhas, o que aumenta a preocupação das pessoas com seus idosos.”

A Telehelp existe há seis anos e meio, mas só nos últimos anos a clientela ganhou volume. Em janeiro de 2011 eram 2.124 clientes, no mesmo mês de 2012, já eram 3.012, crescimento de 42%. No começo deste ano, o número chegou a 4.208 e na virada de 2014 a previsão é de que 6.220 usuários estejam atendidos, o que significa um crescimento de 48%. Os custos dos serviços variam de R$ 100 a R$ 180, dependendo dos opcionais.

Em termos de faturamento, o crescimento tem sido maior: 172% em 2012, em relação ao ano anterior. O objetivo da empresa é crescer pelo menos 150% ao ano, nos próximos três anos. “Existe um movimento importante de boca-a-boca. As pessoas ficam satisfeitas com o serviço e indicam para os conhecidos”, diz.

“Eu me sinto muito mais segura sabendo que qualquer coisa é só apertar um botão. É o melhor gasto do meu orçamento”, declara Ilza, que é também é deficiente visual. “Por isso recomendo para todo mundo. Tem histórias horríveis de quedas na minha faixa de idade. Uma conhecida caiu no banheiro às 23h, quebrou o fêmur e só foi encontrada na manhã seguinte pela empregada”, conta Ilza. Seu sobrinho Fabius Marcio Armani é categórico: “Eu vivia preocupado. Mas, desde que vi que o serviço funciona, fico bem mais tranquilo”, diz.

O efeito do Telehelp na qualidade de vida dos familiares dos idosos é grande. “Minha mãe tem a pulseirinha há mais de quatro anos e já acionamos o serviço várias vezes por causa do meu pai”, diz Célia Pirotta, filha de Anna Cordeiro, 84 anos, “Até as cuidadoras do meu pai, que está com a saúde bem debilitada, dizem que só aceitam dormir na casa com eles porque sabem que o serviço funciona. Eles organizam médico, ambulância e colocam o doente dentro do hospital”, descreve Célia.

FUNCIONAMENTO

O botão de emergência aciona um transmissor que liga para a central telefônica da Telehelp. Lá, as atendentes recebem a ligação e imediatamente estabelecem contato com o cliente por meio de um aparelho de viva-voz que também capta os sons do ambiente e permite que a atendente obtenha as primeiras informações sobre o que aconteceu.

Ao mesmo tempo, a central entra em contato com as pessoas indicadas pelo idoso e verifica quem pode ir até ele. Em determinados casos, pode também acionar serviços médicos e ambulância.  




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