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Conjunto habitacional deve 'abrir espaço' para estação ciência
Por Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
08/05/2004 | 19:06
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O primeiro passo para a recuperação do Parque Central, um 'deserto' de 450 mil m² encravado no bairro Paraíso, em Santo André, foi dado na última semana. Após mais de dois anos de espera, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) deu aval para que a Prefeitura contrate a empresa que vai construir o Conjunto Habitacional Alzira Franco II, na região do Capuava, para onde serão transferidas as 600 famílias da favela Gamboa, que atualmente ocupa uma área pertencente à Eletropaulo ao lado do parque.

Além da revitalização do imenso descampado, hoje abandonado e deteriorado, o projeto do novo Parque Central prevê a construção de um centro de ciência e arte, semelhante à Estação Ciência da USP (Universidade de São Paulo), na capital, que deve receber o nome de Epac (Escola-Parque Arte e Ciência). Ele vai servir como um superlaboratório para alunos da rede municipal e será aberto à visitação.

Apesar de já haver movimentação de terra no parque desde o fim do mês passado, a Prefeitura ainda não quer falar sobre o cronograma de obras nem detalhar o projeto. O prefeito João Avamileno disse na sexta-feira que anunciará a obra dentro de, no máximo, duas semanas.

Apesar da falta de informações oficiais, o Diário apurou que a construção do centro, que vai ocupar uma área de 25 mil m² na parte alta do terreno, faz parte da primeira das três etapas de obras de recuperação do Parque Central, com término previsto para daqui a seis meses. O projeto completo deve demorar dois anos para ser concluído.

A construção do conjunto habitacional Alzira Franco 2, em uma área pública na Avenida dos Estados, está orçada em R$ 13 milhões, sendo R$ 9 milhões do Programa Habitar-Brasil/BID e R$ 4 milhões investidos pela Prefeitura. O edital de licitação já foi publicado e as obras devem começar na primeira quinzena de julho, caso não ocorram imprevistos no processo.

Segundo a secretária de Inclusão Social e Habitação, Rosana Denaldi, além das 600 famílias da favela Gamboa, o conjunto habitacional vai abrigar outras 340 famílias da favela Capuava Unida. Serão 690 casas térreas e 250 apartamentos, construídos em quatro etapas.

A conclusão da obra está prevista para dois anos após seu início. Apesar disso, as primeiras famílias devem começar a ocupar as residências um ano depois. “As primeiras casas serão ocupadas por famílias da favela Capuava Unida, porque elas estão hoje em uma parte da área onde será construído o conjunto habitacional”, explicou a secretária. Em seguida, serão atendidas as famílias da favela Gamboa.

Segundo o prefeito João Avamileno, já foi iniciado um trabalho com os moradores da Gamboa para que não haja problemas durante a transferência das famílias. “Estamos levando os moradores, em grupos de 20 pessoas, até a área onde ficará o conjunto habitacional para que conheçam o local e o projeto”, afirmou.

Além das residências, o projeto prevê a construção de áreas de lazer e de uma creche, além de um centro comercial com lojas e boxes de serviço, como o existente no Núcleo Sacadura Cabral.

As famílias poderão financiar suas novas moradias em até 25 anos. De acordo com os valores de hoje, uma casa custa R$ 15 mil e um apartamento, R$ 25 mil. O valor efetivo só poderá ser definido quando a obra estiver concluída. O custo da prestação vai depender da renda familiar e do tempo do financiamento. O dinheiro obtido com as moradias irá para o Fundo Municipal de Habitação, para que seja reaplicado em novos projetos habitacionais.




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