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Timão, com méritos

Pobre São Paulo! Grande Corinthians! Essas as melhores definições para a decisão da Recopa Sul-Americana

Por Márcio Bernardes
19/07/2013 | 07:00
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Pobre São Paulo! Grande Corinthians! Essas as melhores definições para a decisão da Recopa Sul-Americana. Foi um bom jogo de um só time. A equipe de Tite esteve melhor em todos os quesitos e mereceu ganhar as duas partidas.

Já Paulo Autuori vai ter muito trabalho para reverter esse mau momento do Tricolor. Além da baixa estima dos jogadores, a condição física deles está em frangalhos. Enquanto o Timão sobrava em campo o São Paulo escorregava. Por isso se pergunta, o que fizeram Ney Franco e sua comissão técnica na parada do Brasileiro em junho?

Ficou mais difícil, mas não impossível

Cuca voltou de Assunção com a certeza de que seus jogadores terão de jogar mais do que o normal para reverter a desvantagem para o Olímpia. A vitória paraguaia foi justa, mas pelo bom time que tem o Atlético-MG poderá vencer por três gols de diferença na semana que vem, no Mineirão. A missão será mais difícil, mas não impossível.

FUTEBOL PARA A ELITE

Há uns cinco anos comentamos aqui nesse mesmo espaço que estavam querendo elitizar o futebol brasileiro. Depois que acompanhei uma reunião do finado Grupo dos 13 com a Rede Globo, percebi que tentavam fazer do nosso esporte mais popular e parte da nossa cultura, uma diversão para quem pudesse pagar e consumir.

Claro que ninguém admite isso publicamente, mas os fatos comprovam que o objetivo está sendo atingido. O pay-per-view transformou o torcedor de arquibancada em mero telespectador. O interessado no jogo não precisa enfrentar a incompetência do transporte coletivo, não corre risco de se ver em meio a um confronto de torcidas organizadas e com um simples clique vê o jogo ou muda de canal.

É verdade que todos pedíamos conforto nos estádios, disciplina e respeito das torcidas organizadas, melhor acesso as praças esportivas etc. Começaram a fazer isso, mas encareceram demais os ingressos, limitaram os espaços populares e estão fazendo de tudo para desmotivar a ida dos torcedores mais simples, aquilo que no Maracanã chamavam de ‘geraldino’.

Não podemos esquecer que o futebol sempre se consagrou pela sua massificação e miscigenação. Não queremos estádios parecidos com teatros e cinemas. Defendemos a disciplina e o respeito. Mas gritamos não a elitização.

Transmitir um jogo ao vivo para a cidade onde ele é realizado é um crime. Os horários de quarta e quinta são mais apropriados para a televisão do que para o torcedor. Os preços de alimentação e bebidas cobrados nos estádios estão acima do normal.

Compreende-se que o mundo de hoje está diferente, a tecnologia impera e o mercantilismo é a tônica. Entende-se também que o profissionalismo que todos exigimos custa caro. Mas essas várias distorções precisam ser corrigidas.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário.




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