A Câmara dos Deputados deve instalar nesta quinta-feira a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar a crise no setor aéreo do país. A previsão foi feita pelo presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que, depois de receber a comunicação do STF (Supremo Tribunal Federal) determinando a imediata instalação da CPI, notificou os líderes partidários para, em 48 horas, indicarem os integrantes da Comissão.

Como a notificação ocorreu na última quinta e houve o feriado de 1° de maio, Chinaglia informou que daria prazo aos líderes até esta quarta-feira para as indicações. Se as indicações não forem feitas, caberá ao presidente da Câmara fazê-las para que a Comissão seja instalada quinta.

Os líderes do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio(SP), e do Democratas, Onyx Lorenzoni (RS), já indicaram os representantes de suas bancadas na CPI do Apagão Aéreo. Cada um desses partidos indicou três membros titulares e igual número de suplentes. Ainda faltam ser indicados os representantes dos partidos da base aliada e os do PPS, que tem direito a um titular e um suplente.

Pela regra da proporcionalidade, do tamanho das bancadas, os partidos da base aliada do governo ficarão com 16 dos 24 cargos de titulares e suplentes da CPI. Com isso, os partidos da base governista terão o dobro de membros da comissão. Mesmo com representação menor, a oposição luta para ficar com um dos dois cargos mais importantes da CPI: a presidência ou a relatoria.

Os aliados, entretanto, não abrem mão de tais cargos. Pelo Regimento Interno da Câmara, cabe ao maior partido indicar o presidente da CPI e a este escolher o relator da Comissão.

“O PT não pode abrir mão da presidência ou da relatoria. Vamos reivindicar o direito que os eleitores nos deram nas urnas”, disse o líder do PT, Luiz Sérgio (RJ), referindo-se ao fato de seu partido ter eleito a segunda maior bancada da Câmara, logo atrás do PMDB.

O líder do governo, José Múcio (PTB-PE), informou que os partidos da base indicarão na quarta seus representantes para não retardar o início dos trabalhos da CPI. Segundo ele, o PMDB já reivindicou a presidência dos trabalhos.

“O partido faz questão de ter o cargo”. Quanto à relatoria, José Múcio disse que também deverá ficar com a base aliada. “No governo passado, a presidência e a relatoria de todas as CPIs ficaram com os maiores partidos da base governista: PMDB, PSDB e PFL, e nenhuma ficou com a oposição”, lembrou o deputado.